1902
Visualizações
Acesso aberto Revisado por pares
Artigo Original

Comparação de escores de gravidade para previsão de mortalidade e tempo de internação em unidade de queimados

Comparison of severity scores for mortality prediction and length of hospital stay in burn units

Fabiano Calixto Fortes de Arruda

RESUMO

INTRODUÇAO: Este estudo comparou o Baux revisado e o ISQA.
OBJETIVO: Avaliar qual dos dois escores apresenta maior confiabilidade em relaçao à morte e relaciona-se com a duraçao da hospitalizaçao.
MÉTODO: Pacientes hospitalizados há mais de dois dias, com idade superior a 18 anos e que nao apresentaram comorbidade, foram incluídos no estudo. Os dados coletados foram: idade, sexo, tempo de hospitalizaçao, superfície corporal queimada, grau de queimadura, área de queimadura e pontuaçoes revisadas de Baux e ISQA e comparados com os resultados da morte e duraçao da internaçao superior a 30 dias.
RESULTADOS: Foram avaliados 130 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino, com idade entre 18 e 96 anos e média de 26,5 anos. A maioria apresentava lesoes associadas de segundo e terceiro grau (61,8%). O número médio de dias de hospitalizaçao foi de 23,2 dias (3-151 dias), com área superficial corporal média queimada de 26,98% (1-90%). O índice de Baux teve média de 67,31, variando de 20 a 154. O índice ISQA apresentou média de 6,17 e variaçao de 2 para 14. As curvas ROC comparando os resultados: a pontuaçao Baux revisado foi mais precisa para prever a mortalidade e o ISQA foi mais preciso para detectar pacientes que permanecerao por mais de 30 dias.
CONCLUSAO: Neste estudo, a pontuaçao mais precisa para determinar a mortalidade foi o Baux revisado e na determinaçao de pacientes que serao hospitalizados mais de 30 dias o ABSI.

Palavras-chave: Queimaduras. Unidades de Queimados. Gravidade do Paciente. Tempo de Internação. Mortalidade.

ABSTRACT

BACKGROUND: This study compared revised Baux and Abbreviated Burn Severity Index.
AIM: To evaluate which of the two scores present greater reliability in relation to death and relate to the length of hospitalization.
METHODS: Patients hospitalized more than two days, older than 18 years and who did not present comorbidity, were included in the study. The data collected were: age, sex, hospitalization time, burned body surface, burn degree, burn area and revised Baux and ABSI scores and compared with outcomes death and length of hospitalization greater than 30 days.
RESULTS: One hundred and thirty patients were evaluated, the majority were male, ranging in age from 18 to 96 years and mean of 26.5 years. The majority had associated lesions of second and third degree 61.8%. The mean number of days of hospitalization was 23.2 days (3-151 days), with mean body surface area burned of 26.98% (1-90%). The Baux score had a mean of 67.31, ranging from 20 to 154. The ABSI score had a mean of 6.17 and a variation from 2 to 14. The ROC curves comparing the outcomes: the revised Baux score was more accuracy to predict mortality than the ABSI and ABSI score was more accuracy to detect patients who will stay longer than 30 days.
CONCLUSION: In this study the most accurate score to determine mortality was the revised Baux and in the determination of patients who will be hospitalized more than 30 days the ABSI.

Keywords: Burns. Burn Units. Patient Acuity. Length of Stay. Mortality.

INTRODUÇAO

A queimadura é uma das principais causas de morte no mundo. De acordo com a Organizaçao Mundial da Saúde (OMS), ocorrem cerca de 265.000 mortes por ano1. No Brasil, estima-se que cerca de 1.000.000 de indivíduos sao vítimas de queimaduras e que a mortalidade seja de aproximadamente 2500 pacientes por ano2,3.

O paciente queimado grave é um desafio clínico e necessita de recursos intensivos, por isso, a previsao de mortalidade na admissao é um instrumento importante na determinaçao dos resultados das intervençoes e na classificaçao de níveis de cuidado.

Dentre os instrumentos para a aferiçao de gravidade e mortalidade, sao utilizados os escores de Baux revisado e o American Burn Society Index (ABSI)3-5. Preditores de resultados de pacientes com queimaduras graves sao importantes para informar o estado clínico do paciente, definir condutas, aliviar o sofrimento e melhorar a alocaçao de recursos. Como resultado, eles podem permitir reduçao de complicaçoes, diminuir o tempo de internaçao, melhorar aspectos de qualidade de vida e aumentar a sobrevivência.

Estes escores têm demonstrado serem preditores de mortalidade no paciente queimado, podendo ser utilizados como modelos na melhora de controle de qualidade e acesso ao tratamento e planejamento terapêutico3-7.

Este estudo tem como objetivos: comparaçao de escores de gravidade para previsao de mortalidade e tempo de internaçao para utilizaçao em unidade de queimados.


MÉTODO

Foram estudados de forma retrospectiva, analítica e observacional os pacientes internados na unidade de Queimados "Dr. Nelson Picollo" no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (HUGOL), Goiânia, GO, no período de julho de 2015 a junho de 2016. O estudo respeitou as normas da declaraçao de Helsinki, sendo submetido à Comissao de Ética interna do HUGOL, e aprovado com o número H2017032.

Foram incluídos no estudo pacientes com período de internaçao maior que dois dias, maiores de 18 anos e que nao apresentavam comorbidade superior à queimadura. Os pacientes com queimaduras por atrito foram excluídos do estudo.

Os dados coletados foram: idade, sexo, tempo de internaçao, superfície corporal queimada, grau de queimadura, área de queimadura e os escores de Baux e ABSI/ISQA.

O escore de Baux foi revisado em 20104, com acréscimo de 17 pontos para os pacientes com lesao inalatória. Neste instrumento o aumento da idade, da superfície corporal e a presença de lesao inalatória sao os três itens de pontuaçao em relaçao a risco de óbito. A variaçao do risco de mortalidade vai de 0 a 100%, sendo que, quanto maior o escore, maior o risco de morte.

O ABSI/ISQA é o índice de gravidade de queimadura abreviado, apresenta cinco fatores preditivos que sao avaliados na admissao do paciente: idade, superfície corporal queimada, lesao inalatória, sexo e necessidade de enxerto de pele total. Quanto maior a pontuaçao, maior é a gravidade.

Os dados foram analisados usando-se o programa estatístico SPSS, versao 23 e adotando-se um nível de significância de 5% (p< 0,05). A descriçao do perfil dos pacientes foi realizada por meio de frequência absoluta e relativa para as variáveis categóricas e estatísticas descritivas (mediana, média, desvio padrao, mínimo e máximo) para as variáveis contínuas. A normalidade dos dados foi verificada utilizando o teste de Shapiro-Wilk.

A comparaçao entre as variáveis exploratórias (idade, número de procedimentos, dias de internaçao na UTI, dias de internaçao na enfermaria, porcentagem de superfície corporal queimada, Baux, ISQA, sexo, grau de queimadura, agente etiológico) com os desfechos (óbito e internaçao superior a 30 dias). O tempo de internaçao foi verificado usando-se testes nao paramétricos de Mann-Whitney e Qui-quadrado de Pearson. Na construçao das curvas ROC foram utilizados os valores de Baux revisado e do ISQA e o desfecho (alta/óbito) e dias de internaçao (<30/> = 30 dias) como padrao ouro. O valor preditivo positivo (VPP) e o valor preditivo negativo (VPN) foram calculados a partir de cada ponto de corte de Baux revisado e ISQA.


RESULTADOS

Foram avaliados 130 pacientes após a utilizaçao dos critérios. A maioria dos pacientes internados foram do sexo masculino, com idade variando de 18 a 96 anos e média de 26,5 anos. A maioria teve lesao associada de segundo e terceiro grau (61,8%). A média de dias de internaçao foi de 23,2 dias (3-151 dias), com média de superfície corporal queimada (SCQ) de 26,98% (1-90%). Os agentes de queimaduras mais comuns foram os combustíveis e os líquidos quentes.

A localizaçao de queimadura mais comum foram os membros superiores. O escore de Baux teve média de 67,31, variando de 20 a 154. O escore de ISQA teve média de 6,17 e variaçao de 2 a 14. Ocorreram 12 óbitos, sendo 8 apresentando lesao de vias aéreas e 4 com tentativa de autoextermínio. Os dados do perfil foram caracterizados e expressos na Tabela 1.




Na comparaçao das variáveis exploratórias com o óbito, houve nível de significância das variáveis: idade, dias de internaçao, superfície corporal e grau de queimadura (Tabela 2). No desfecho tempo de internaçao, as variáveis: idade, número de procedimentos, dias de internaçao em enfermaria e UTI, porcentagem de superfície corporal e grau de queimadura tiveram nível de significância (Tabela 3). Em ambos os instrumentos apresentaram significância.







As curvas ROC comparando os desfechos: óbito e tempo de internaçao com os escores de Baux revisado e ISQA sao vistas nas Figuras 1 e 2. O escore de Baux revisado foi mais sensível para predizer a mortalidade do que o ISQA, com ponto de corte de 83 pontos. O escore de ISQA foi mais sensível para detectar os pacientes que ficarao mais que 30 dias, com ponto de corte maior que 5.


Figura 1 - Curva ROC para desfecho óbito. Baux r - A ISQA - B



Figura 2 - Curva ROC para desfecho internaçao superior a 30 dias. Baux r - A ISQA - B



DISCUSSAO

A utilizaçao de escores de gravidade para predileçao de mortalidade em pacientes queimados é bem relatada na literatura3,6-11. Alguns autores têm descrito a utilizaçao de índices de gravidade como preditores de tempo de internaçao em unidade de queimados11-16. A importância destas informaçoes sao sua utilizaçao como parâmetros de controle de qualidade e no auxílio da reorganizaçao de recursos para diminuir o tempo de internaçao destes pacientes. No Brasil, o desenvolvimento de estudos relacionados a este assunto pode melhorar a qualidade do atendimento e otimizar o tratamento de pacientes vítimas de queimaduras.

Os dados encontrados apresentam características populacionais semelhantes de pacientes que sofreram queimaduras em estudos anteriores17-24, como: ser jovem, do sexo masculino, ter como principal agente a queimadura por líquidos quentes e atingir principalmente membros superiores. Contudo, a média da superfície corporal e da idade apresentou-se superior a estes mesmos estudos. Isto pode impactar diretamente no tempo de internaçao destes pacientes e no volume de óbitos.

Na comparaçao do desfecho óbito e de tempo de internaçao superior a 30 dias, características como idade, superfície corporal queimada e profundidade da queimadura sao variáveis que se relacionam de forma direta, explicando o porquê destes estarem presentes como critérios de avaliaçao na construçao de índices de prognóstico9,10,13,14.

O escore de Baux e o ISQA sao bastante disseminados na literatura como preditores de gravidade de queimados, porém estudos utilizando escores no Brasil nao sao muitos usuais. Neste estudo, os escores foram analisados diretamente com o perfil da populaçao estudada, comparando dois índices bastante utilizados, Baux revisado e o ISQA, para determinar qual dos índices seria mais acurado para determinar os desfechos: óbito e tempo de internaçao superior a 30 dias.

Para a populaçao estudada, o escore mais acurado para determinar pacientes que poderao ir a óbito foi o Baux revisado e na determinaçao de quais irao ficar mais que 30 dias internados, o ISQA. A utilizaçao destes índices na admissao permite que se possa reorganizar os recursos e criaçao de protocolos voltados para a atençao de toda a equipe multidisciplinar a cada paciente, estimulando a açao proativa e focada na utilizaçao de recursos disponíveis para que o paciente possa retornar o mais precocemente possível às suas atividades familiares, laborativas e sociais.

Pacientes internados podem apresentar diferentes perfis de acordo com as regioes do mundo onde sofreram a queimadura25-27. Isto influencia no ponto de corte para cada índice em cada regiao, portanto, é mais adequado que o ponto de corte seja estabelecido de acordo com a populaçao estudada.

Atualmente, em nosso país, onde os recursos econômicos sao limitados, é fundamental a criaçao de processos e instrumentos que viabilizem medidas de otimizaçao de recursos e tratamentos. Estabelecer ferramentas adequadas para cada tomada de açoes permite aferiçao dos resultados e comparaçao destes, o que é essencial para a melhoria na qualidade dos serviços.

O estabelecimento destes escores na admissao do paciente permite a criaçao de protocolos voltados para que a equipe multidisciplinar possa orientar cuidados e atençao a cada paciente especificamente, agindo de forma qualitativa na utilizaçao de recursos para a recuperaçao mais precoce do paciente.


CONCLUSAO

Os escores de Baux revisado e ABSI apresentam boa utilidade na predileçao de mortalidade, e sua utilizaçao permite uma previsao dos pacientes que ficarao em longo período de internaçao. Neste estudo o escore mais acurado para determinar a mortalidade foi o

Baux revisado e na determinaçao de pacientes que ficarao internados mais que 30 dias, o ISQA.


REFERENCIAS

1. Curado ALCF Reduçao da dor em pacientes queimados através da acupuntura [Monografia]. Goiânia: Universidade Estadual de Goiás; 2006.

2. Rocha HJS, Lira SVG, Abreu RNDC, Xavier EP Viera LJES. Perfil dos acidentes por líquidos aquecidos em crianças atendidas em centro de referência de Fortaleza. Rev Bras Promoç Saúde. 2007;20(2):86-91.

3. Hussain A, Choukairi F, Dunn K. Predicting survival in thermal injury: a systematic review of methodology of composite prediction models. Burns. 2013;39(5):835-50.

4. Pruitt BA Jr, Wolf SE. An historical perspective on advances in burn care over the past 100 years. Clin Plast Surg. 2009;36(4):527-45.

5. Latenser BA. Critical care of the burn patient: the first 48 hours. Crit Care Med. 2009;37(10):2819-26.

6. Osler T, Glance LG, Hosmer DW. Simplified estimates of the probability of death after burn injuries: extending and updating the baux score. J Trauma. 2010;68(3):690-7.

7. Woods JF Quinlan CS, Shelley OP Predicting Mortality in Severe Burns-What Is the Score?: Evaluation and Comparison of 4 Mortality Prediction Scores in an Irish Population. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2016;4(1):e606.

8. Brusselaers N, Agbenorku P, Hoyte-Williams PE. Assessment of mortality prediction models in a Ghanaian burn population. Burns. 2013;39(5):997-1003.

9. Griffe O, Gartner R, Captier G, Brabet M, Baro B, Selloumi D, et al. Evaluation of prognostic factors in the burned patient. Ann Chir Plast Esthet. 2001;46(3):167-72.

10. Roberts G, Lloyd M, Parker M, Martin R, Philp B, Shelley O, et al. The Baux score is dead. Long live the Baux score: a 27-year retrospective cohort study of mortality at a regional burns service. J Trauma Acute Care Surg. 2012;72(1):251-6.

11. Curreri PW Luterman A, Braun DW Jr, Shires GT Burn injury. Analysis of survival and hospitalization time for 937 patients. Ann Surg. 1980;192(4):472-8.

12. DeSanti L, Lincoln L, Egan F Demling R. Development of a burn rehabilitation unit: impact on burn center length of stay and functional outcome. J Burn Care Rehabil. 1998;19(5):414-9.

13. Gravante G, Delogu D, Esposito G, Montone A. Analysis of prognostic indexes and others parameteres to predict the lenght of hospitalization in thermally burned patients. Burns. 2007;33(3):312-5.

14. Attia AF, Reda AA, Mandil AM, Arafa MA, Massoud N. Predictive models for mortality and length of hospital stay in an Egyptian burns centre. East Mediterr Health J. 2000;6(5-6):1055-61.

15. Peck MD, Mantelle L, Ward CG. Comparison of length of hospital stay to mortality rate in a regional burn center. J Burn Care Rehabil. 1996;17(1):39-44.

16. Andel D, Kamolz LP Niedermayr M, Hoerauf K, Schramm W, Andel H. Which of the abbreviated burn severity index variables are having impact on the hospital length of stay? J Burn Care Res. 2007;28(1):163-6.

17. Cruvinel SS, Queiroz DM, Recife FED, Markus J. Epidemiologia de pacientes queimados atendidos no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia no período de 2000-200l. Biosci J. 2005;21(1):9-13.

18. Montes SF Barbosa MH, Sousa Neto AL. Aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes queimados internados em um Hospital de Ensino. Rev Esc Enferm USP 201l;45(2):369-73.

19. Cruz BF Cordovil PBL, Batista KNM. Perfil epidemiológico de pacientes que sofreram queimaduras no Brasil: revisao de literatura. Rev Bras Queimaduras. 2012; 11 (4):246-50.

20. Nascimento SB, Soares LSS, Areda CA, Saavedra PAE, Leal JVO, Adorno J, et al. Perfil dos pacientes hospitalizados na unidade de queimados de um hospital de referência de Brasília. Rev Bras Queimaduras. 2015;14(3):211-7.

21. Leao CEG, Andrade ES, Fabrini DS, Oliveira RA, Machado GLB, Gontijo LC. Epidemiologia das queimaduras no estado de Minas Gerais. Rev Bras Cir Plást. 2011 ;26(4):573-7.

22. Dias LDF, Oliveira AF Juliano Y Ferreira LM. Unidade de Tratamento de Queimaduras da Universidade Federal de Sao Paulo: estudo epidemiológico. Rev Bras Cir Plást. 2015;30(1):86-92.

23. Lari AR, Alaghehbandan R, Nikui R. Epidemiological study of 334l burns patients during three years in Tehran, Iran. Burns. 2000;26(1):49-53.

24. Vendrusculo TM, Balieiro CRB, Echevarría-Guanilo ME, Farina Junior JA, Rossi LA. Queimaduras em ambiente doméstico: características e circunstâncias do acidente. Rev Latino Am Enferm. 2010;18(3):444-51.

25. National Safety Council Injury Facts Sheet 2015. [cited 2018 Apr 8]. Available from: http://www.safetyandhealthmagazine.com/ext/resources/files/Resources/Benefit-Spotli-ght-July.pdf

26. Smolle C, Cambiaso-Daniel J, Forbes AA, Wurzer P Hundeshagen G, Branski LK, et al. Recent trends in burn epidemiology worldwide: A systematic review. Burns. 2017;43(2):249-57.

27. Forjuoh SN. Burns in low- and middle-income countries: a review of available literature on descriptive epidemiology, risk factors, treatment, and prevention. Burns. 2006;32(5):529-37.









Recebido em 1 de Dezembro de 2017.
Aceito em 8 de Abril de 2018.

Local de realização do trabalho: Hospital de Urgências Governador Otávio Lage, Goiânia, GO, Brasil

Conflito de interesses: Os autores declaram não haver


© 2024 Todos os Direitos Reservados