OBJETIVO: Descrever o uso da nutrição enteral em um centro de referência no tratamento de queimados do estado de Minas Gerais e observar a adequação nutricional obtida através da via oral no momento em que a nutrição enteral é suspensa.
MÉTODO: Estudo observacional, descritivo, longitudinal, com coleta de dados secundários em Unidade de Terapia Intensiva e enfermaria de queimados. Foram analisadas características clínicas e demográficas relacionadas com o tempo de uso de nutrição enteral através de análise de sobrevida e a adequação nutricional obtida pela via oral no momento de suspensão da terapia nutricional enteral (TNE).
RESULTADOS: Amostra de 35 pacientes, com média de idade de 43,5 anos (±15,6), majoritariamente do sexo masculino (62,9%), com média de superfície corporal queimada de 31,1% (±14,5), principalmente de causa acidental (57,1%) com álcool (48,6%). 91,4% da amostra esteve em ventilação mecânica (VM) (n=32) e, destes, 28,6% (n=10) necessitaram de traqueostomia. Grandes queimados usaram TNE por mais tempo que os médios queimados (p=0,001), bem como pacientes que estiveram em VM (p=0,04) e os que apresentaram comprometimento fonoaudiológico causado por traqueostomia ou intubação orotraqueal (p=0,028). 57,7% da amostra teve a TNE suspensa quando consumiam menos de 60% das necessidades nutricionais por via oral.
CONCLUSÕES: A impossibilidade de uso da via oral foi a principal indicação para a implementação da TNE. Pacientes que estiveram em VM e que foram traqueostomizados usaram TNE por mais tempo que os demais. A maioria dos pacientes ainda não apresentava ingesta alimentar por via oral satisfatória no momento de suspensão da TNE.
Palavras-chave: Alimentos, Dieta e Nutrição. Nutrição Enteral. Queimaduras. Métodos de Alimentação.