Resumo
OBJETIVO: Analisar a acurácia do método clínico no diagnóstico diferencial entre queimadura de espessura parcial e total, correlacionando o diagnóstico inicial das lesões com a confirmação do diagnóstico em até 21 dias.
MÉTODO: Estudo prospectivo, descritivo e longitudinal, baseado na análise de parâmetros diagnósticos (sensibilidade, umidade, retorno de preenchimento capilar e coloração da área) em pacientes pediátricos, internados por queimaduras, no Hospital Joana de Gusmão em Florianópolis, SC. O diagnóstico inicial da profundidade da queimadura foi realizado no momento da internação hospitalar e comparado ao evolutivo em até 21 dias, sendo considerado diagnóstico final de espessura parcial a presença de reepitelização espontânea, e de espessura total na sua ausência, com necessidade de cirurgia para cobertura cutânea.
RESULTADOS: Dos 81 diagnósticos avaliados, 55 (67,9%) corresponderam ao diagnóstico final de queimadura de espessura parcial e 26 (32,1%) ao diagnóstico final de queimadura de espessura total, sendo que a sensibilidade álgica e o retorno capilar foram as duas características mais presentes na queimadura parcial. A acurácia do exame médico baseado na presença ou ausência dos parâmetros na diferenciação entre as espessuras da queimadura foi de 80,24%.
CONCLUSÕES: A presença de perfusão na área queimada foi a variável de maior acerto no diagnóstico de queimadura de espessura parcial, seguida pela presença de sensibilidade álgica. As duas variáveis também apresentaram alta sensibilidade diagnóstica na caracterização da queimadura de espessura parcial.
Palavras-chave: Queimaduras. Diagnóstico. Reepitelização. Pediatria.