Sergio Emerson Sasso1; Gabriela Possamai Della Colle2; Leticia Teixeira Espindola3
DOI: 10.5935/2595-170X.20240018
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a frequência e os fatores associados às queimaduras domésticas antes e durante a pandemia de COVID-19 em Criciúma, SC, com foco nas mudanças do perfil epidemiológico e nos impactos do uso de álcool 70% como agente causal durante o período pandêmico.
MÉTODO: Estudo transversal com análise de dados secundários de 138 casos de queimaduras domésticas atendidos em um hospital de referência em Criciúma, SC, entre 2018 e 2021. O período foi dividido em pré-pandemia (2018-2019) e pandêmico (2020-2021). A análise incluiu dados sobre idade, sexo, cor, agente causal e segmento corporal afetado.
RESULTADOS: A média de idade foi de 34,3 anos no período pré-pandemia e 36,9 anos durante, sem diferença significativa. Mulheres representaram 57,5% dos casos antes e 61,5% durante a pandemia. A maioria dos indivíduos era de cor branca. Líquidos escaldantes foram os principais agentes causais em ambos os períodos (35,6% e 35,4%, respectivamente), com um aumento no uso de álcool 70% como agente causal durante o período pandêmico. O segmento corporal mais afetado foi o membro superior.
CONCLUSÕES: Não houve variação significativa no perfil epidemiológico das queimaduras domésticas, mas observou-se um aumento do uso de álcool 70% como agente causal durante a pandemia. A prevenção continua sendo fundamental, especialmente no contexto de mudanças no comportamento e no uso de substâncias durante o isolamento.
Palavras-chave: Pandemias. Queimaduras. Etanol. Acidentes Domésticos. COVID-19.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To evaluate the frequency and factors associated with domestic burns before and during the COVID-19 pandemic in Criciúma, SC, focusing on changes in the epidemiological profile and the impacts of using 70% alcohol as a causal agent during the pandemic period.
METHODS: A cross-sectional study with secondary data analysis of 138 cases of domestic burns treated at a reference hospital in Criciúma, SC, between 2018 and 2021. The period was divided into pre-pandemic (2018-2019) and pandemic (2020-2021). The analysis included data on age, sex, race, causal agent, and affected body segment.
RESULTS: The mean age was 34.3 years in the pre-pandemic period and 36.9 years during the pandemic, with no significant difference. Women represented 57.5% of the cases before and 61.5% during the pandemic. Most individuals were white. Scalding liquids were the leading causal agents in both periods (35.6% and 35.4%, respectively), with an increase in the use of 70% alcohol as a causal agent during the pandemic period. The most affected body segment was the upper limb.
CONCLUSIONS: No significant changes were observed in the epidemiological profile of domestic burns, but an increase in the use of 70% alcohol as a causal agent was noted during the pandemic. Prevention remains essential, especially in the context of changes in behavior and substance use during isolation.
Keywords: Pandemics. Burns. Ethanol. Accidents, Home. COVID-19.
INTRODUÇÃO
Queimadura é uma lesão característica da pele motivada por um agente externo, que causa destruição total ou parcial em uma extensão da superfície corporal, como líquidos quentes, chamas, produtos químicos ou superfícies de alta temperatura1. Esse tipo de trauma pode ocasionar danos físicos e psicológicos, inclusive a morte, cujo principal motivo é a sepse2.
As queimaduras são um dos tipos de trauma mais comuns no mundo, razão pela qual representam um grande problema de saúde pública3. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 1 milhão de pessoas se envolvam em algum incidente com queimaduras. Deste montante, cerca de 100 mil procuram assistência hospitalar e 2.500 vão a óbito devido à extensão e gravidade das lesões4. Etiologicamente, as causas podem variar, incluindo queimaduras elétricas, escaldamento de líquidos, chamas, contato ou produtos químicos5.
Em dezembro de 2019, em Wuhan, na China, teve início uma epidemia de síndrome respiratória aguda em humanos, causada por um novo tipo de Coronavírus (nCoV-2019)6. No final de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de Coronavírus como uma emergência internacional de saúde pública7.
Foram estipuladas diversas medidas preventivas para conter o vírus, como higienizar as mãos, usar máscaras faciais, distanciamento social e quarentena8. O objetivo dessas medidas era diminuir casos de morte e evitar que os sistemas de saúde ficassem hipersaturados9. Esses parâmetros de distanciamento físico colaboraram para o aumento da incidência de acidentes domésticos, como as queimaduras10.
No Brasil, em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu a comercialização do álcool líquido para reduzir a incidência de queimaduras ocasionadas pelo seu uso. Contudo, em março de 2020, a ANVISA permitiu novamente a venda do álcool líquido a 70% como medida de contenção para impedir a disseminação do Coronavírus11. Com a quarentena, houve aumento do uso de álcool 60-70% para higienização das mãos12. Esse crescimento de uso, não apenas em ambientes de saúde, mas também entre a população geral, elevou os potenciais de risco associados ao seu manuseio inadequado pós-uso13.
Após a instituição de medidas de controle para o Coronavírus, verificou-se um aumento alarmante nos casos de queimaduras, muito atribuídos a acidentes envolvendo álcool, especialmente após a liberação do álcool 70% pelo Governo14.
Este estudo objetiva observar a frequência de queimaduras domésticas em Criciúma, Santa Catarina, comparando os dois anos anteriores à pandemia com os dois primeiros anos da pandemia de COVID-19. Além disso, busca identificar fatores associados a esses incidentes, contribuindo para o aprimoramento de protocolos médicos e intervenções preventivas.
Objetivo
Avaliar a frequência e os fatores associados às queimaduras domésticas antes e durante a pandemia de COVID-19 em Criciúma, SC, com foco nas mudanças do perfil epidemiológico e nos impactos do uso de álcool 70% como agente causal durante o período pandêmico.
MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal com coleta de dados secundários e abordagem quantitativa. Foram incluídos todos os casos de queimadura ocorridos em ambiente domiciliar no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2021 e atendidos pelo serviço de pronto-socorro de um hospital de referência localizado em Criciúma, município com cerca de 214.493* mil habitantes, segundo o IBGE, e situado no sul do estado de Santa Catarina.
Foram excluídos prontuários que apresentavam informações incompletas, registros duplicados e/ou que não se referiam ao primeiro atendimento de cada caso.
Estabeleceu-se como variável dependente (desfecho) a ocorrência de queimadura doméstica, identificada pelos códigos CID T200 a T313. Como variáveis independentes foram consideradas: idade, sexo, cor e o agente causal da queimadura. Para efeito de comparação, definiu-se como período pré-pandêmico o intervalo de janeiro de 2018 a dezembro de 2019; e como período pandêmico, o intervalo de janeiro de 2020 a dezembro de 2021.
Os dados coletados foram analisados utilizando o software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21.0. As variáveis quantitativas foram expressas por meio de média e desvio padrão, bem como mediana e amplitude (valores mínimo e máximo). As variáveis qualitativas foram expressas em frequência absoluta e relativa (porcentagem).
Os testes estatísticos foram realizados considerando nível de significância α=0,05, ou seja, com intervalo de confiança de 95%. A normalidade das variáveis quantitativas foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov (KS). Para comparar a média da variável quantitativa entre as categorias da variável qualitativa dicotômica, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes, desde que a distribuição observada fosse normal. A associação entre variáveis qualitativas foi investigada pelos testes Qui-quadrado de Pearson e Razão de Verossimilhança.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 138 prontuários, cuja distribuição é apresentada na Tabela 1. No período pré-pandemia (2018-2019), foram atendidos 73 casos de queimaduras domésticas, enquanto no período pandêmico (2020-2021), foram realizados 65 atendimentos.
A média de idade dos pacientes foi de 34,3 anos (desvio padrão ± 19,96) no período pré-pandemia e 36,9 anos (desvio padrão ± 18,12) durante a pandemia. No período pré-pandemia, a distribuição de queimaduras domésticas foi 57,5% em indivíduos do sexo feminino e 42,5% em indivíduos do sexo masculino. Já no período pandêmico, houve um leve aumento de queimaduras em mulheres (61,5%) e diminuição em homens (38,5%).
Em relação à cor da pele, a maioria dos pacientes se declarou de cor branca, representando 95,9% dos casos antes da pandemia e 86,2% durante a pandemia.
A Tabela 2 apresenta os agentes causadores de queimaduras domésticas nos períodos avaliados.
Em ambos os períodos, os líquidos escaldantes foram os principais agentes causadores, correspondendo a 35,6% no período pré-pandemia e 35,4% durante a pandemia. Antes da pandemia, 19,2% dos prontuários não informaram o agente causador da queimadura, enquanto no período pandêmico essa taxa foi de 19,5%.
Entre os anos de 2018 e 2019, em 69,9% dos casos, o segmento corporal afetado pela queimadura não foi informado. Já entre 2020 e 2021, essa taxa caiu para 50,8%. Entre as áreas corporais identificadas, o membro superior foi o mais frequentemente relatado, com 16 casos no período pré-pandemia e 17 casos durante a pandemia (Tabela 3).
DISCUSSÃO
Esperava-se que o isolamento domiciliar durante a pandemia resultasse em um aumento no número de casos de queimaduras domésticas, conforme evidenciado no estudo de Marques et al.10. No entanto, os achados deste estudo não corroboraram essa expectativa, possivelmente devido ao tamanho reduzido da amostra, que foi influenciado pela grande falta de informações nos prontuários médicos analisados. Além disso, o fato de o hospital estudado ser uma referência para casos de COVID-19 pode ter reduzido a demanda espontânea de atendimentos relacionados a queimaduras, limitando a coleta de dados durante o período pandêmico.
A média de idade dos pacientes com queimaduras domésticas no presente estudo está em concordância com as faixas etárias observadas em pesquisas realizadas em Goiânia15 e Uberlândia16. A ausência de diferença significativa na idade entre os períodos pré-pandêmico e pandêmico sugere que o isolamento domiciliar não influenciou substancialmente essa variável.
De forma semelhante, a ausência de variação significativa na cor da pele dos pacientes em ambos os períodos reforça que as características demográficas da população estudada não foram impactadas pelo isolamento. No entanto, ressalta-se que o presente estudo não permite confirmar se os indivíduos analisados estavam efetivamente seguindo as regras de lockdown, o que pode limitar a interpretação dos resultados.
No que se refere ao sexo, o presente estudo apresentou maior prevalência de queimaduras em indivíduos do sexo feminino em ambos os períodos analisados. Este comportamento diverge do estudo de Leão et al.1, realizado em Belo Horizonte, que relatou predominância do sexo masculino em queimaduras. Uma possível explicação para esse contraste, conforme sugerido por Ingram et al.17, é o impacto do isolamento domiciliar, que levou homens e mulheres a passarem mais tempo em casa, aumentando igualmente a exposição ao risco de queimaduras domésticas.
Os líquidos escaldantes foram os agentes causadores mais frequentemente associados às queimaduras domésticas nos dois períodos analisados, corroborando os achados de Mobayen et al.18. Este dado reflete o risco intrínseco relacionado ao uso cotidiano de líquidos quentes em ambientes domiciliares, especialmente em atividades como o preparo de alimentos.
Quanto ao segmento corporal atingido, o membro superior foi a topografia mais frequentemente mencionada nos prontuários analisados, tanto no período pré-pandêmico quanto no pandêmico. No entanto, a elevada frequência de registros com localização não especificada, associada a códigos de CID abrangentes, limita a precisão dessa variável. Em concordância com o presente estudo, uma pesquisa realizada no Canadá19 destacou a face anterior do braço como a região mais acometida por queimaduras domésticas, reforçando a relevância dos membros superiores como áreas vulneráveis a este tipo de lesão.
CONCLUSÕES
As queimaduras domésticas representam uma preocupação relevante, independentemente da pandemia de COVID-19. Este estudo objetivou comparar as características das queimaduras ocorridas antes e durante o período pandêmico, observando que não houve variação significativa na maioria das variáveis analisadas, como idade, sexo, cor da pele e agente causal.
Os líquidos escaldantes foram identificados como os principais agentes causadores em ambos os períodos, e o membro superior destacou-se como o segmento corporal mais frequentemente acometido. Esses achados corroboram a literatura existente e reforçam a necessidade de promover medidas preventivas contínuas no ambiente domiciliar, tanto em situações de normalidade quanto em períodos de isolamento social.
A principal limitação do estudo foi a inconsistência no preenchimento de prontuários médicos, o que comprometeu a análise mais detalhada de algumas variáveis. Reforça-se a necessidade de estudos futuros com maior amplitude e rigor metodológico para aprofundar o entendimento sobre as queimaduras domésticas e embasar estratégias de prevenção eficazes.
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Recebido em
17 de Abril de 2023.
Aceito em
2 de Janeiro de 2025.
Local de realização do trabalho: Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, SC, Brasil.
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.