APRESENTAÇÃO ORAL
A prevalência de internação por queimaduras nos meses de junho e julho no Rio Grande do Norte em comparação com o Nordeste entre 2022 e 2019 em adultos
Anne Karinini Silva Gama1; Maria Beatriz Leandro Bezerra1; Juliana Oliveira Costa1; Lara Aladim Almeida1; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Comparar a prevalência do número de casos por internações de pacientes do Nordeste com o estado do Rio Grande do Norte (RN) nos meses de junho e julho e demais meses do ano entre o período de 2022 a 2019 na população adulta das localidades em questão.
MÉTODO: Este é um estudo observacional do tipo transversal que utilizou como fonte de dados o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), alimentado pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/ SUS). A seleção dos dados foi com base na morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) por causas externas em local de internação na região Nordeste em pacientes com faixa etária entre 20 e 59 anos com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) de X00-X09 e X10-X19, selecionada no período de 2022 a 2019 em comparação com os meses de junho e julho destes mesmos anos.
RESULTADOS: Foram observados 8.131 casos de internações associadas queimaduras nos últimos 5 anos na Região Nordeste, tendo o RN 17,99% dos casos. Já durante junho e julho de 2022 a 2019, obteve-se 1.520 casos na região e o estado em questão representa 17,5% deles.
CONCLUSÃO: O estado do RN tem um número crescente de internações por queimaduras principalmente nos últimos dois anos, sendo o segundo maior número de casos na Região Nordeste. O percentual de casos em 2 meses chega a ser próximo do percentual de somatórios de todos os meses do ano nos últimos 5 anos, sendo necessários estudos que possam buscar uma relação entre a queima de fogos no período junino que acontece na região e sua possibilidade de causar impacto expressivo na morbidade da população.
APRESENTAÇÃO ORAL
Acinetobacter: patógeno responsável pelo aumento de resistência e mortalidade nos centros de queimados?
Annelene Boaventura1; Edilane Voss2; Marilda Casela2
1. Universidade Salvador
2. Hospital Geral do Estado da Bahia
OBJETIVO: O Acinetobacter é classificado como um patógeno de ameaça urgente pelo CDC, ele vem sendo descrito como um dos patógenos mais frequentes em unidades de tratamento de queimados em vários países. Esse estudo tem como objetivo avaliar o papel do Acinetobacter, monitorando sua prevalência, perfil de sensibilidade e desfecho clínico dentro de uma unidade de tratamento de queimados.
MÉTODO: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo, de janeiro de 2019 até agosto de 2022 no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado, em Salvador, Bahia. Foram incluídas todas as cepas de Acinetobacter identificadas em pacientes da unidade e excluídas culturas repetidas ou positivas de um mesmo paciente em um período de 15 dias. Esse trabalho foi aprovado pelo comitê de ética.
RESULTADOS: Foram identificadas 459 culturas positivas, dentre estas 75 (16,4%) de Acinetobacter baumanii. A proporção de infecção por Acinetobacter em comparação com outros patógenos aumentou significativamente (p=0,042) a cada ano do estudo, sendo 9,7% em 2019; 15,3% em 2020; 23,1% em 2021 e 17,2% em 2022. Entre os sítios de infecção, 87% das infecções causadas por Acinetobacter foram infecções de corrente sanguínea associado ou não ao uso de CVC, 10% foram ITU e 3% foram ITR. A letalidade observada por A. baumannii foi de 62%, e considerada significativamente maior (p=0,02) quando comparada com outros patógenos (44%). Em relação ao perfil de sensibilidade há 50,6% de sensibilidade à gentamicina, 25% à meropenem, 27,6% à amicacina, 85,5% à polimixina b e 86% à tigeciclina. Levando em consideração os dias de internamento para o isolamento do Acinetobacter, 21,74% dos isolados foram identificados na 1ª semana de internamento, 42% na 2ª semana, 15% na 3ª semana e 20% foram identificados após 22 dias de internamento. No entanto, o percentual de resistência ao meropenem na 1ª semana foi 57,1%, 69% na 2ª semana, chegando a 100% dos isolados na 3ª semana.
CONCLUSÃO: A infecção por Acinetobacter tem se tornado cada vez mais prevalente em nosso meio, sobretudo associada à ICS, onde se apresenta como o segundo agente mais frequente. As elevadas taxas de resistência aos antimicrobianos e sua alta letalidade mesmo diante de antibioticoterapia adequada, confirmam a gravidade da situação. Dessa forma, é imprescindível manter a vigilância e reforçar as medidas para prevenir/reduzir a transmissão cruzada desse patógeno dentro da unidade.
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Análise do perfil de internações e óbitos crianças vítimas por queimaduras no estado de Pernambuco
Francyelle Maria Barbosa Fonsêca; Artur Areia Pereira Montenegro; Henrique Areia Pereira Montenegro
Faculdade de Medicina de Olinda
OBJETIVO: Descrever o perfil das internações de crianças vítimas por queimaduras e corrosões no estado de Pernambuco nos últimos 5 anos.
MÉTODO: Pesquisa transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Os participantes selecionados foram crianças 1 a 14 anos, internadas por queimaduras ou corrosão. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) hospedadas no DATASUS.
RESULTADOS: Durante o período estudado, foram notificadas um total de 4.069 internações (2017: 890 casos; 2018: 802 casos; 2019: 818 casos; 2020: 759 casos e 2021: 800 casos) de crianças por causa de queimaduras ou corrosões no estado de Pernambuco (PE) no período de 5 anos, isso representa 33,74% de todos os casos da região Nordeste (12.059), essa região apresenta o maior número de internamentos de todo Brasil (37.719). Comparando o ano de 2017 e 2021 evidencia uma diminuição de 11% do número de casos. A faixa etária mais atingida foi a de 1-4 anos 2.629 casos (64,61%), na faixa etária de 5 a 9 anos foi 881casos (21,65%), na faixa etária 10 a 14 anos foram 559 casos (13,73%). A maior parte de internamentos se concentrou no sexo masculino, com 2.368 casos (58,19%), sendo do sexo feminino 1.701 casos (41,80%). Ao analisar o caráter de internação, 25 foram de forma eletiva (0,61%), 4.043 foram de emergência (99,36%) e 1 foram de lesões/envenenamento físico/químico (0,02%). Dessas 18 foram a óbitos representando 0,04% de todos os casos de internamentos.
CONCLUSÃO: Nos últimos 5 anos, foram registradas 4.069 internaçõe com prevalência do sexo masculino. Tendo como maior número de casos a faixa etária de 1 a 4 anos, decorrente de fatores como falta de supervisão de um adulto, curiosidade aguçada e diminuição da coordenação motora. Destaca-se a importância de firmar um perfil epidemiológico dessas crianças para definir o grupo prioritário e realizar a eles a atenção necessária e intervenções corretas.
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Análise do perfil dos pacientes idosos internados vítimas por queimaduras nas regiões do Nordeste
Francyelle Maria Barbosa Fonsêca; Artur Areia Pereira Montenegro; Henrique Areia Pereira Montenegro; Maria Beatriz Guimarães Torres
Faculdade de Medicina de Olinda
OBJETIVO: Descrever o perfil das internações de idosos vítimas por queimaduras e corrosões na região Nordeste nos últimos 5 anos.
MÉTODO: Pesquisa transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Os participantes selecionados foram idosos de 60 a 80 anos, internados ou mortos em consequência de queimaduras ou corrosão. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) hospedadas no DATASUS.
RESULTADO: Foram obtidos os dados no período analisado, 3.342 internamentos e 305 óbitos na Região Nordeste. A faixa etária mais internada em toda a região do Nordeste foi de 60-69 anos, correspondendo a 1.878 casos (56,19%); por sua vez, o maior número de óbitos se deu entre 60 e 69 anos, com 129 óbitos (42,29%). Seguido da segunda faixa etária mais acometida foi entre 70 e 79 anos, com 1.015 casos de internamentos e 97 óbitos (31,80%). A faixa etária com menor número de internamentos foi a partir de 80 anos, 449 casos (13,43%). Existe prevalência do sexo masculino, informação que foi observada em toda a Região Nordeste, representando 1.904 (56,97%) ocorrências. O estado de Pernambuco apresentou maior número internamentos, com 1.125 casos (33,66%), e foi o segundo estado com maior número de óbitos 77 (25,24%). O estado que apresentou o segundo maior números de internamentos foi o estado da Bahia, com 693 internamentos (20,73%), com o maior número de óbitos, 78 (25,57%). Os demais estados com casos de internamentos: Ceará 458 casos (13,70%), Rio Grande do Norte 325 casos (9,72%), Paraíba 178 casos (5,32%), Maranhão 176 casos (5,26%), Piauí 172 casos (5,14%), Alagoas 127 casos (3,80%) e Sergipe 88 casos (2,63%). O estado que teve menor número de óbitos foi o Piauí 11 (3,60%).
CONCLUSÃO: Destaca-se a importância de analisar o perfil epidemiológico desses pacientes idosos na Região Nordeste. O maior número de casos ocorre no sexo masculino. Os estados de Pernambuco, Bahia e Ceará representam 68,10% dos casos de internamentos e 67,80% dos óbitos da região. O grupo que apresenta maior taxa de internamento e óbito está na faixa etária dos 60 a 69 anos, evidenciando que a classe de idosos são muito mais suscetíveis a terem algum tipo de internamento ou óbito por queimaduras. É necessário realizar medidas sociais e políticas com ações coletivas, ofertando maiores informações sobre prevenções, riscos e cuidados, promovendo a redução de casos e melhor qualidade de vida.
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Análise do quantitativo mensal de internações por queimaduras entre 2017 e 2021
Gustavo Fernandes do Vale¹; Letícia de Queiroz Cunha¹; Luis Eduardo Bezerra Mariz Wanderley¹; Tábata Loíse Cunha Lima¹; Larissa Galvão Rosado¹; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares²
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Avaliar se no mês de junho a quantidade de internações por queimaduras e corrosões é maior quando comparada aos demais meses do ano.
MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico com uma abordagem quantitativa, cujos dados foram obtidos por meio de consulta ao Tabnet, o tabulador genérico de domínio público, desenvolvido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados obtidos foram acessados em "Epidemiológicas e Morbidade", "Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)" e selecionado "Geral, por local de internação a partir de 2008". Na abrangência geográfica foi considerada a opção "Brasil por Região e Unidade da Federação". Os filtros selecionados foram: urgência; internações; "queimadura e corrosões"; "1 ano de idade a mais de 80 anos" e o período, "ano/mês processamento" foi de 2017 a 2021. Para a realização desse estudo, não foi necessária a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos no período de 2017 a 2021, os meses em que houve mais casos de internações por urgência, causadas por queimaduras ou corrosões foram, respectivamente, março (1831); julho (2057); novembro (2152); fevereiro (2238) e outubro (2402). Ainda analisando o mesmo período, observou-se que o mês de junho ocupou, respectivamente, a penúltima posição (1572); a oitava posição (2011); a última posição (1684); novamente a última colocação (1897) e a quarta posição (2060).
CONCLUSÃO: Diante do exposto, no Brasil, é mister relembrar que as queimaduras são consideradas um dos traumas que mais impactam a saúde do brasileiro e, por essa razão, estratégias, como o "Junho Laranja", são utilizadas para prevenir acidentes com queimaduras, visto que nesse mês espera-se uma prevalência de internações por queimaduras. No entanto, os dados analisados demonstram que no mês de junho a quantidade de internações por queimadura não é grande como o esperado. A redução no número de festas juninas e eventos festivos que utilizam objetos inflamáveis, durante o ano de 2020, cuja quarentena era a medida de prevenção recomendada contra o COVID-19, pode ter influenciado no baixíssimo quantitativo de internações desse mês durante o ano de 2020. Além disso, fatores econômicos, como a elevação do custo do gás de cozinha a partir de 2020 - alcançando o seu pico entre outubro e novembro de 2021 - e a busca por meios alternativos para a produção de fogo, podem ter relação com a alta incidência de queimaduras em outubro de 2021.
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Análise epidemiológica de internações e óbitos por vítimas de queimaduras no estado de Pernambuco
Artur Areia Pereira Montenegro; Francyelle Maria Barbosa Fonsêca; Henrique Areia Pereira Montenegro; Maria Eduarda Fonseca Esteves
Faculdade de Medicina de Olinda
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico de internamentos e óbitos por vítimas de queimaduras no estado de Pernambuco.
MÉTODO: Pesquisa transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de janeiro de 2011 a dezembro de 2021. Os participantes selecionados da faixa etária de 1 ano a 80 anos e mais, internados e óbitos por queimaduras ou corrosão. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) hospedadas no DATASUS.
RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos, constatou-se que o total de vítimas internados e óbitos por queimaduras ou corrosão nos últimos 10 anos no estado de Pernambuco (PE) foi de 28.593 casos, 35,84% do número total de vítimas na região Nordeste (79.766). Houve prevalência do sexo masculino, com 16.358 casos (57,20%); o sexo feminino teve 12.235 casos (42,79%). Dos internamentos totais de PE, o maior grupo foi em adultos com faixa etária de 20-59 anos, correspondendo a 14.429 casos (50,46%). Seguiram-se os grupos: crianças na faixa etária de 1-14 anos, 10.181 (35,60%); idosos na faixa etária de 60-80 anos e mais, 2.644 (9,24%); e adolescentes na faixa etária de 15-19-anos, 1.339 (4,68%). Nos casos dos adultos ocorreram com caráter de urgência 14.171 casos (98,21%), caráter eletivo 240 (1,66%), caráter de outros tipos de trânsito 16 (0,11%), caráter de lesões e envenenamento por agentes químicos/físicos 2 (0,01%). Salienta-se o total de óbitos em 476, dos quais 56 ocorreram no ano 2019, sendo assim o ano de maior número de óbitos dentre os 10 anos estudados. 259 ocorreram em adultos (54,41%), seguido de idoso, com 159 óbitos (33,40%).
CONCLUSÃO: Pernambuco representa 35,84% dos casos de internamentos da Região Nordeste, em que 476 foram a óbito. Ao fim da análise no período estabelecido, infere-se que o estado de Pernambuco lidera a Região Nordeste, com maior número de internações e óbitos por vítimas de queimadura e corrosões. Identificou-se maior prevalência no sexo masculino, com faixa etária de 20 a 59 anos, e maior caráter de urgência nos internamentos. Vale ressaltar a importância da necessidade da conscientização a população com prevenções e promoções básicas para evitar queimaduras e corrosões.
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Análise epidemiológica de internações por crianças com queimaduras nas regiões do Nordeste
Artur Areia Pereira Montenegro; Francyelle Maria Barbosa Fonsêca; Henrique Areia Pereira Montenegro
Faculdade de Medicina de Olinda
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico de queimaduras em criança na Região Nordeste.
MÉTODO: Pesquisa transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Os participantes selecionados foram crianças de 10-14 anos, internadas por queimaduras ou corrosão no caráter de urgência. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) hospedadas no DATASUS.
RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos, constatou-se que o total de crianças internadas por queimaduras ou corrosão nos últimos 5 anos na Região Nordeste foi de 1.505, que corresponde a 27,92% do número total de vítimas no Brasil (5.389). Dessas crianças queimadas, 899 (59,73%) foram do sexo masculino e 606 (40,26%) do sexo feminino, sendo assim, uma maior prevalência do sexo masculino na faixa etária de 10 a 14 anos. Na Região Nordeste o estado que apresenta maior incidência é Pernambuco, com 555 casos, correspondendo a 36,87%. Além disso, a ocorrência de casos diminuiu nos últimos 5 anos [2017 com 146 casos (26,30%), 2018 com 114 casos (20,54%), 2019 com 110 casos (19,81%), 2020 com 89 casos (16,03%) e 2021 com 96 casos (17,29%)]. Seguido dos estados da Bahia, com 392 casos (26,04%); Maranhão, com 153 casos (10,16%); Ceará, com 147 casos (9,76%); Piauí, com 109 casos (7,24%); Alagoas, com 53 casos (3,52%); Paraíba, com 46 casos (3,05%); Sergipe, com 31 casos (2,05%); e Rio Grande do Norte, com 19 casos (1,26%).
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados estão de acordo com o observado na literatura, destacando-se um perfil: maior incidência do sexo masculino, faixa etária de 10-14 anos, com maior incidência de casos nos estados de Pernambuco e Bahia, e menor incidência no Estado do Rio Grande do Norte. É de extrema importância entender o perfil epidemiológico das crianças vítimas de queimaduras ou corrosões na Região Nordeste para maior medida de prevenções efetivas a ser implementada de forma individual, de acordo com as necessidades de cada estado. Sendo assim, como forma de diminuir os casos, fazer intervenções na educação e saúde pública, através de cartilhas informativas, palestras educativas e sociais, com intenção de promover redução de vítimas dentro e fora do lar.
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Desempenho hospitalar: Hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais versus referencial nacional
Daniela Carreiro Mello1; Cynthia Carolina Duarte Andrade1; Charlene Dyane Macedo Ferreira1; Barbara Ribeiro Martins1; Priscilla Rodrigues Fernandes Oliveira1; Marco Aurélio Fagundes Angelo1; Cinthia Neves Fonseca1; Cristina Mariano Ruas2
1. Centro de Tratamento de Queimados do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG)
2. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
OBJETIVO: Descrever e comparar os dados clínicos e de permanência de pacientes com queimaduras em um hospital público referência nesses atendimentos em Minas Gerais com os dados de referencial nacional.
MÉTODO: Estudo transversal realizado a partir de dados do Software Diagnosis Related Groups (DRG). Foram incluídas as altas codificadas de um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais. O recorte temporal estabelecido é de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2021. Foram descritas as seguintes variáveis: as frequências (absoluta e relativa) das altas codificadas; complexidade clínica dos pacientes; e média do tempo de permanência (MP).
RESULTADOS: No hospital público foi codificado um total de 243 altas de pacientes com queimaduras (case mix = 2,5259). Destes pacientes, 148 (60,90%) são do perfil clínico (case mix = 1,6881) e 95 (39,09%) do cirúrgico (case mix = 4,0868). Sobre o uso do leito, a MP realizada foi de 14,1 dias sendo menor para os pacientes clínicos (11,4 dias) e maior para os cirúrgicos (18,4 dias). A MP prevista foi de 11,5 dias (5,5 dias entre os pacientes clínicos e 21 para os cirúrgicos) resultando em uma (In)eficiência operacional de 122,4% (207% entre os pacientes clínicos e de 87,9% entre os cirúrgicos). Na base de dados nacional, no mesmo período, o case mix dos pacientes com queimaduras é de 2,1883, sendo 1,688 do perfil clínico e 3,366 do cirúrgico. Sobre o uso do leito, as MP realizada foi de 12,2 dias (10,8 dias entre os pacientes clínicos e 15,4 entre os cirúrgicos) resultando em uma (In) eficiência operacional de 139,71% (196,73% entre os pacientes clínicos e de 94,39% entre os cirúrgicos).
CONCLUSÃO: Por um lado, comparado à base de dados nacional, o hospital referência atendeu, em geral, pacientes com maior complexidade clínica com menor ineficiência operacional (diferença de 17,31%). Por outro lado, ao comparar pacientes clínicos, especificamente e de igual complexidade, este hospital apresentou maior ineficiência (diferença de 10,27%). Já entre os no hospital referência a assistência prestada aos pacientes cirúrgicos foi mais eficiente 6,49%.
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Eficiência assistencial de um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais
Patricia Alves Moreira1; Cynthia Carolina Duarte Andrade1; Barbara Ribeiro Martins3; Marco Aurélio Fagundes Angelo1; Priscilla Rodrigues Fernandes Oliveira1; Charlene Dyane Macedo Ferreira1; Cinthia Neves Fonseca1; Cristina Mariano Ruas2
1. Centro de Tratamento de Queimados do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG)
2. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
OBJETIVO: Descrever e relacionar os dados clínicos da assistência prestada a pacientes em um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais.
MÉTODO: Estudo transversal, realizado a partir de dados do Software Diagnosis Related Groups. Foram incluídas as altas codificadas de um centro de referência público de queimaduras de Minas Gerais. O recorte temporal estabelecido foi de 1 de julho de 2020 a 30 de junho de 2022. Foram descritas e relacionadas as seguintes variáveis: frequências de altas codificadas (absoluta e relativa) e complexidade clínica dos pacientes, estratificadas conforme perfil (clínico e cirúrgico); número de condições adquiridas e as médias de tempo de permanência (realizada e prevista).
RESULTADOS: No período de 01 de julho de 2020 a 30 de junho de 2022, foi codificado um total de 536 altas de pacientes com queimaduras (case mix = 2,44228). Destes pacientes, 347 (64,73%) apresentaram perfil clínico (case mix = 1,5954) e 189 (35,27%), cirúrgico (case mix = 3,9418). Sobre o uso do leito, a MP realizada foi de 16,5 dias (14,8 dias para os pacientes clínicos e 19,5 para os cirúrgicos); a MP prevista foi de 10,3 dias (5,3 dias entre os pacientes clínicos e 19,6 para os cirúrgicos) resultando em uma (In) eficiência operacional de 159,4% (281,4% entre os pacientes clínicos e de 99,4% entre os cirúrgicos).
CONCLUSÃO: Ainda que superior à MP realizada (14,8 dias) dos pacientes clínicos, a MP realizada (19,5 dias) dos pacientes cirúrgicos é proporcional à complexidade clínica (case mix = 3,9418) desse grupo. Por isso, por um lado, observa se uma eficiência (0,6%) do atendimento aos pacientes cirúrgicos. Por outro lado, os dados indicam necessidade de revisão de processos assistenciais e de recursos humanos, principalmente os relacionados ao centro cirúrgico. Haja vista que parte das diárias excedidas pode estar relacionada à falta de agenda cirúrgica.
APRESENTAÇÃO ORAL
Epidemiologia dos patógenos causadores de infecção em um Centro de Tratamento de Queimados em Salvador-BA
Edilane Voss1; Annelene Boaventura2; Marilda Casela2
1. Universidade Salvador
2. Hospital Geral do Estado da Bahia
OBJETIVO: Infecção é uma das principais complicações do paciente grande queimado. O retardo no tratamento ou uso inadequado de antibióticos pode levar a piores desfechos, dessa forma, esse estudo tem como objetivo conhecer os principais patógenos responsáveis por infecção em cada sítio, e seu perfil de sensibilidade, visando a adequação do protocolo de antibioticoterapia empírica de uma unidade especializada no tratamento de queimados (CTQ).
MÉTODO: Entre janeiro/19 e agosto/22, foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, no CTQ do Hospital Geral do Estado da Bahia. Todas as culturas positivas foram avaliadas, foram excluídos os resultados repetidos. Os dados microbiológicos foram relacionados com dados do SCIH para classificação das infecções. O estudo foi aprovado pelo CEP.
RESULTADOS: No período do estudo, foram identificadas 459 culturas positivas. Os patógenos mais prevalentes foram: Pseudomonas (23%), S. aureus (19%), Acinetobacter (16%), Klebsiella (12%), Serratia (6%), E. coli (5%), Enterobacter (5%), Proteus (3%) e Staphylococos coagulase negativo (3%). Apenas um paciente apresentou candidemia. O sítio de infecção mais frequente foi corrente sanguínea (ICS) (61,5%), seguido de ITU (15,6%), infecção de cateter (13%), infecção de pele e partes moles (IPPM) (6,2%) e ITR (2%). Foram considerados MR, 49% dos isolados, sendo destes, 42% MRSA e 31% enterobactérias produtoras de carbapenemases. Levando em consideração o sítio de infecção, ICS foi causado por S. aureus (22%), Acinetobacter (21%), Pseudomonas (20%), Klebsiella (13%); infecção de cateter foi Pseudomonas (30%), S. aureus (26%), Acinetobacte (16%), Serratia (11%) e Klebsiella (7%); para IPPM, Pseudomonas representou 46% das infecções, seguido de S. aureus (15%) e Serratia (20%). As bactérias responsáveis pelos casos de ITU foram: Klebsiella (26%), Pseudomonas (15%), E. coli (14%), Acinetobacter (11%) e Enterobacter e Enterococos com 7% cada. A análise do perfil de sensibilidade mostra que E. coli, tem o melhor perfil com 38% sensibilidade a ceftriaxone e 80% a piperacilina/tazobactam, A Klebsiella apresenta 62% produtor de ESBL, a resistência ao meropenem foi, respectivamente, de 30%, 75%, 29% para Klebsiella, Acinetobacter e Pseudomonas.
CONCLUSÃO: Com a identificação dos patógenos que causam infecção em nosso meio e seu perfil de sensibilidade, foi possível ajustar o protocolo de antibioticoterapia empírica do CTQ, baseado no sítio de infecção e tempo de internamento, reduzindo a terapia inadequada e também uso excessivo de ATB.
APRESENTAÇÃO ORAL
Estratificação das queimaduras e corrosões na faixa etária infanto-juvenil no Nordeste de 2016 a 2021: Um estudo epidemiológico
Giovanna Sobral Fernandes; Maria Jacqueline Nogueira de Souza; Juliana Oliveira Costa; Isabelle Catarine Reis Lima; Frannklin Adrian Soares Castro
Universidade Potiguar
OBJETIVO: Analisar a incidência de queimaduras e corrosões no público infanto-juvenil entre 0 e 14 anos no período de 2016 a 2021 na Região Nordeste, a fim de realizar uma comparação entre as faixas etárias de menor de 1 ano a 4 anos e 5 a 14 anos.
MÉTODO: Tratase de um estudo epidemiológico que apresenta uma abordagem quantitativa, bem como um objetivo que o classifica como descritivo. Desse modo, os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), tendo como base as informações referentes à morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), na qual ocorreu a seleção de queimadura e corrosões em lista de morbidade CID-10. As variáveis analisadas foram dois grupos etários, os quais foram divididos em faixas etárias de até 4 anos e outro de 5 a 14 anos de idade, permitindo uma estratificação infanto-juvenil da Região Nordeste no que se refere ao quantitativo de tal situação clínica. Ademais, analisou-se também, em tais grupos, o sexo biológico e a unidade federativa da Região Nordeste mais prevalente. O recorte temporal do estudo em questão foi o período de 2016 a 2021.
RESULTADOS: Houve, no período em questão, 16.222 internações por queimaduras e corrosões em crianças de 0 a 14 anos na Região Nordeste do Brasil. A maioria ocorreu na população masculina (59,6%). Na faixa etária menor que 1 ano a 4 anos, observou-se maior incidência de casos, sendo eles 10.754 notificações, quando comparados a faixa etária de 5 a 14 anos, com um total de 5.468 internações. Entre os estados do Nordeste, o estado de Pernambuco apresentou o maior quantitativo de casos, com 5.525 casos entre as faixas etárias analisadas, predominando no grupo etário menor que 1 ano a 4 anos. Os demais estados de tal região são representados da seguinte forma em ordem decrescente de casos dessas morbidades: Bahia (3.951); Maranhão
(1.424); Ceará (1.226); Piauí (1.040); Alagoas (975); Paraíba (886); Rio Grande do Norte (735); Sergipe (460).
CONCLUSÃO: Portanto, por meio dos dados coletados, esse estudo constatou que as crianças entre 1 e 4 anos têm mais risco de sofrer queimaduras, logo, deve ser a população alvo de campanhas de prevenção de injúrias relacionadas a essa circunstância. Em relação aos estados, percebe-se que Pernambuco apresentou mais casos, por conseguinte, esse local deve ser foco em novas pesquisas para compreender quais as lacunas que existem em seu sistema de saúde, com a finalidade de proteger a população infanto-juvenil dessa problemática.
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Impacto da pandemia de COVID-19 sobre a mortalidade das vítimas de queimaduras e corrosões
Gustavo Fernandes do Vale1; Larissa Galvão Rosado1; Letícia de Queiroz Cunha1; Luis Eduardo Bezerra Mariz Wanderley1; Tábata Loíse Cunha Lima1; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2. Universidade Potiguar
OBJETIVO: Comparar a taxa de mortalidade e óbitos, entre 2017 e 2021, gerados por queimaduras e corrosões, destacando o impacto que a pandemia de COVID-19 teve sobre esses óbitos.
MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico com uma abordagem quantitativa, cujos dados foram obtidos por meio de consulta ao Tabnet, o tabulador genérico de domínio público, desenvolvido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados obtidos foram acessados no período de 29 a 30 de setembro de 2022 em "Epidemiológicas e Morbidade", "Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)" e selecionado "Geral, por local de internação a partir de 2008". Na abrangência geográfica foi considerada a opção "Brasil por Região e Unidade da Federação". Os filtros elegidos foram: ano/mês processamento, óbitos, taxa mortalidade, internações e "queimadura e corrosões". Os critérios: óbitos, taxa de mortalidade e internações foram avaliados, individualmente, de 2017 a 2021, considerando o mesmo público, as vítimas de queimadura e corrosões. Para a realização desse estudo, não foi necessária a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos, analisou-se que durante os anos de 2017 e 2021 o número de internações obteve uma variação de 21.098 (2017) para 28.391 (2021), com uma média de 23.824 internações por ano. O número de óbitos no mesmo intervalo de tempo variou de 530 (2017) para 1022 (2021). Entre os anos de 2020 para 2021, o quantitativo ultrapassou a marca dos 1000 óbitos, variação que representa uma diferença de mais de 300 óbitos em um ano. E, por fim, a taxa de mortalidade média/ano foi de 2,51 em 2017, para 3,6 em 2021. Em critérios percentuais, o crescimento registrado de 2017 (21.098) para 2021 (28.391) foi de aproximadamente 34%, o que corresponde a um aumento de 6,40%/ano. Vale destacar ainda que, durante o período pandêmico da COVID-19, que ocorreu nos anos de 2020-2021, foi a época em que houve a maior variação (21,35%) dentre os outros anos supracitados.
CONCLUSÃO: Dessa forma, é válido ressaltar que as queimaduras são vistas como uma das etiologias do trauma que acometem fortemente a saúde dos brasileiros e que aliada aos impactos causados pela pandemia do COVID-19, nos mais diversos aspectos de vida dos pacientes, refletiu diretamente nos aumentos expressivos nos números de óbitos por queimaduras.
PÔSTER
Incidentes em pacientes com queimaduras internados em um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais
Daniela Carreiro Mello1; Cynthia Carolina Duarte Andrade1; Barbara Ribeiro Martins1; Marco Aurélio Fagundes Angelo1; Priscilla Rodrigues Fernandes Oliveira1; Cinthia Neves Fonseca1; Izabela Figueiredo de Sousa Honorato1; Cristina Mariano Ruas2
1. Centro de Tratamento de Queimados do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG)
2. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
OBJETIVO: Descrever o impacto dos incidentes no desfecho assistencial em um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais.
MÉTODO: Estudo transversal realizado a partir de dados do Software Diagnosis Related Groups (DRG). Foram incluídas as altas codificadas de um hospital público referência em atendimento a pacientes com queimaduras de Minas Gerais. O recorte temporal estabelecido é de 1 de julho de 2020 a 30 de junho de 2022. Após descrever as taxas de incidentes e de eventos sentinelas (ES), as mesmas foram relacionadas com os seguintes desfechos assistenciais: mortalidade e (In)eficiência operacional.
RESULTADOS: No período do estudo foram codificadas 536 altas de pacientes com queimaduras e um total de 332 incidentes em 112 pacientes (taxa de incidentes = 20,90%). Destes incidentes, 68, classificados como ES, ocorreram em 39 pacientes (taxa de ES = 7,28%). A maioria destes (n=42; 61,76%) ocorreu em pacientes agrupados nos DRG "Queimaduras não extensas" (n=26; 38,24%) e "Queimadura profunda com enxerto de pele ou lesão inalatória com complicações maiores" (n=16; 23,52%). Dentre os ES mais frequentes destacam-se: hemorragia e hematoma complicando procedimento (n=12; 30,76%); infecção subsequente a procedimento (n=6; 15,38%) e infecção do trato urinário (n=4; 10,25%). Dentre os pacientes sem incidentes, com incidentes e com ES, as taxas de mortalidade foram, respectivamente: 4,48%, 9,59% e 23,08%. Entre os pacientes clínicos sem incidentes, com incidentes e com ES, a (in)eficiência operacional foi, respectivamente: 233,1%; 483,3% e 562,9%. Entre os pacientes cirúrgicos sem incidentes, com incidentes e com ES, a (in)eficiência operacional foi, respectivamente: 97,1%, 106,2% e 100,5%.
CONCLUSÃO: O paciente com queimaduras evolui com piores condições clínicas, como distúrbios do metabolismo e imunossupressão, que o torna mais suscetível à ocorrência de incidentes como infecção e sangramento relacionados aos procedimentos. Ainda que grande parte dos ES tenha ocorrido nos pacientes com queimaduras não extensas possivelmente esses casos possuíam outro critério de gravidade clínica, como profundidade ou localização anatômica. Conforme esperado, o número de incidentes foi proporcional à taxa de mortalidade e à (in)eficiência operacional. Os dados apresentados são relevantes para a formulação de metas e melhoria da qualidade assistencial do hospital cenário do estudo.
APRESENTAÇÃO ORAL
Internações por queimaduras em crianças até 9 anos no Brasil: Estudo transversal
Larissa Galvão Rosado¹; Gustavo Fernandes do Vale1; Letícia de Queiroz Cunha1; Luis Eduardo Bezerra Mariz Wanderley1; Tábata Loíse Cunha Lima1; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Descrever o quantitativo de internações por queimaduras em crianças com menos de um ano, pré-escolares e escolares nas regiões brasileiras.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e de abordagem quantitativa. As internações e as taxas de mortalidade hospitalar são referentes aos anos de 2020 a julho de 2022 e à população infantil até 9 anos, e foram coletadas do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, presentes no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
RESULTADOS: Notaram-se os seguintes quantitativos de internações com crianças menores de um ano 91 (Norte), 410 (Nordeste), 513 (Sudeste), 459 (Sul), 126 (Centro-Oeste). Para crianças pré-escolares, observou-se 821 (Norte), 3.413 (Nordeste), 3.046 (Sudeste), 2.396 (Sul), 898 (Centro-Oeste). Para escolares, as internações por regiões foram 331 (Norte), 1.253 (Nordeste), 1.462 (Sudeste), 779 (Sul), 432 (Centro-Oeste).
CONCLUSÃO: Observou-se, taxas maiores de internações por queimaduras em crianças pré-escolares, de 1 a 4 anos, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Portanto, percebe-se a necessidade de investigar quais estratégias da Atenção Primária nas áreas de pediatria e puericultura podem ser realizadas para evitar a admissão dessa população na Atenção Secundária e até mesmo na Atenção Terciária.
PÔSTER
O dia das crianças e a ação preventiva Pró-Queimados: Um relato de caso sobre um tema urgente
Bárbara Xavier Gomes da Silva1; Gabriel Dias Ribeiro de Almeida2; Marco Antônio Martins Ribeiro de Almeida3
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2. Universidade Potiguar
3. Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel
OBJETIVO: Discorrer sobre o planejamento de ação voltada à prevenção de queimaduras e educação destinada a pais e crianças.
RELATO DE CASO: Evento preventivo "Ação de Educação em Queimaduras no Parque das Dunas" realizado anualmente em parque ecológico de Natal/RN, organizado pela associação de voluntários "Pró-Queimados", formada por profissionais de saúde, e pelo Corpo de Bombeiros, em parceria com empresas privadas e acadêmicos de medicina. Foi planejado um teatro infantil lúdico com cenas de queimadura em ambiente doméstico e externo, sobretudo as que envolvem crianças, como acidentes com tomadas e panelas, a fim de educar e reforçar medidas comportamentais de prevenção. Se dispõe de estrutura de uma cozinha gigante, onde acontece a maior parte dos acidentes, para a realização do teatro, em que adultos percebem o ambiente na visão de uma criança. Atores maquiados com queimaduras de segundo e terceiro grau realizam panfletagem com orientações de atitudes corretas e incorretas nesses acidentes e a diferença entre cada grau de queimadura. Conta-se com a ajuda de militares e universitários para a organização de oficinas práticas, voltadas aos adultos, que ensinam o manejo correto em acidentes com botijões de gás, utilização de extintores, primeiras atitudes frente a uma queimadura e, ainda, palestras e quizzes com premiações. Feito incentivo à participação da população em meios jornalísticos locais e convite formal às escolas públicas e privadas.
CONCLUSÃO: O evento se estabelece como uma parceria bem sucedida entre equipe de saúde voluntária, Corpo de Bombeiros, Universidade e iniciativa privada em prol não apenas da prevenção de queimaduras em crianças, como também como um projeto de educação populacional para a ação frente às queimaduras. Essa experiência chama a atenção e intenta impactar na redução da incidência, complicações e desinformação sobre queimaduras no panorama local.
APRESENTAÇÃO ORAL
Perfil epidemiológico da mortalidade de pacientes por queimaduras no Brasil entre 2010-2020
Maria Beatriz Leandro Bezerra1, Anne Karinini Silva Gama1, Juliana Oliveira Costa1, Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Analisar o perfil e a incidência epidemiológica da mortalidade decorrente de queimaduras no Brasil, no período de 2010 a 2020.
MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Analisou-se a mortalidade causada por exposição a fumaça e ao fogo, verificando as seguintes variáveis: ano da morte, nível de escolaridade, sexo biológico, faixa etária e etnia.
RESULTADOS: Observou-se, no grupo analisado, 10.901 mortes relacionadas a acidentes com fogo, sendo mais prevalente na Região Sudeste, com 4.899 casos. O perfil epidemiológico dominante foi de homens, pardos, de 50-59 anos, escolaridade de 4-7 anos e o ano com maior número de casos foi 2013, com 1.261mortes e os outros anos analisados tiveram uma média de 991 mortes. Divergindo desse perfil, nas regiões Sudeste e Sul, a etnia branca foi a mais prevalente. Vale mencionar que o número de homens acometidos (7.225) ultrapassa o dobro do número de mulheres (3.575), evidenciado que, possivelmente, pelo o sexo masculino possuir diferentes tipos de lazer e trabalho deve tornar esse público o mais susceptível a sofrer esses acidentes.
CONCLUSÃO: Constatou-se que o ano de 2013 foi o ano, entre 2010 e 2020, com maior número de mortes por acidentes com chamas, superando em 27,2% a média dos outros anos, no qual condiz com ano do acidente da boate Kiss. Isso aponta a necessidade de melhores e mais rígidas fiscalizações da segurança e aplicabilidade das normas contra incêndios em ambientes fechados.
APRESENTAÇÃO ORAL
Perfil epidemiológico do Nordeste do Brasil e estimativas acerca de valores despendidos em unidades hospitalares com vítimas de queimaduras
Fabiana Costa Vargas1; José Olavo do Vale Palmeira1; Tábata Loíse Cunha Lima1; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico dos gastos nos serviços hospitalares por caráter do atendimento segundo o ano/mês do processamento de pacientes que sofreram queimaduras e/ou corrosões no Nordeste em comparação com as demais regiões do Brasil no período de 2017 a 2021.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo, obtido por meio de consulta ao Tabnet, sistema de informações sobre a saúde pública brasileira, feito pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Baseando-se no portal, foi possível ter acesso às informações epidemiológicas e de morbidade fornecidas pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), o qual, além da notificação de queimaduras e corrosões, notifica e investiga casos de enfermidades presentes no Brasil. Foi selecionada uma população de indivíduos com casos de queimaduras e corrosões na Região Nordeste e nas demais regiões entre os anos de 2017 e 2021, sendo analisado as variáveis de: faixa etária, sexo e raça. Assim, foi realizada uma comparação de dados obtidos referentes à Região Nordeste com as demais regiões do país, de modo que, os dados coletados foram exportados para o sistema Microsoft Excel a fim de elaborar gráficos para análise e discussão dos resultados obtidos. Vale salientar, ainda, que o DATASUS é um portal de domínio público, logo não foi necessária a submissão do estudo ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
RESULTADOS: Observou-se que os valores gastos no Nordeste correspondem a aproximadamente 2,5% do total despendido em todo o Brasil. Além disso, constatou-se que ao longo destes 5 anos houve um crescimento na média de gastos em todo o País, enquanto na Região Nordeste manteve-se relativamente constante. E no mais, foi possível perceber que o caráter nacional teve um maior dispêndio em urgências se comparado ao caráter eletivo e o custo nordestino mostrou-se em tendência contrária, havendo predomínio eletivo.
CONCLUSÃO: Portanto, como nos últimos anos o mundo passou por uma pandemia, não se sabe se a contradição de crescimento e queda entre o Nordeste e o país se deve a subnotificações ou a uma real diminuição nos acometimentos por queimadura e corrosões, haja vista, maior preocupação e destinação de ações e recursos para o novo cenário mundial. Assim, a partir de tal problemática, é necessário que profissionais e estudantes da área de saúde sejam capacitados a realizarem notificações mais efetivas.
APRESENTAÇÃO ORAL
Prevalência das classificações de atendimento para queimadura e corrosões nas regiões do Brasil de 2012 a 2021: Uma análise da gravidade dessa situação clínica
Maria Jacqueline Nogueira de Souza1; Isabelle Catarine Reis Lima1; Ana Larissa Fernandes de Holanda Soares2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade de São Paulo
OBJETIVO: Analisar a prevalência do caráter de atendimento para queimadura e corrosões nas regiões do Brasil de 2012 a 2021, permitindo realizar uma investigação epidemiológica sobre a gravidade de tal quadro clínico.
MÉTODO: Este estudo é classificado como uma pesquisa de natureza básica, com uma abordagem quantitativa, bem como é considerado descritivo no que se refere ao seu objetivo. Os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), a partir do serviço Tabnet, no qual foram selecionadas as informações referentes à Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) por local de internação, escolhendo a lista de morbidade CID-10, especificamente queimadura e corrosões. A partir de tal plano, analisou-se o caráter de atendimento do quadro clínico em questão nas regiões do Brasil no período de 2012 a 2021, realizando um quantitativo das seguintes categorias: urgência e eletivo.
RESULTADOS: No período analisado, no Brasil, observou-se 219.839 atendimentos de urgência para queimaduras e corrosões, já para o caráter eletivo verificou-se 10.328 casos para essa situação clínica. Desse modo, no que se refere a nível regional, o Sudeste foi predominante tanto em atendimentos de urgência como nos eletivos, porém esse padrão não foi constatado para as demais regiões. As urgências foram distribuídas da seguinte forma, em ordem descrente, com relação ao quantitativo de notificações: Sudeste com 70.155; Nordeste com 65.245; Sul com 39.624; Centro-Oeste com 30.954 e Norte com 13.861. Ademais, os casos de caráter eletivos apresentaram o quantitativo regional a seguir: Sudeste com 5.081; Sul com 2.748; Nordeste com 1.163; Norte com 754 e Centro-Oeste com 582 atendimentos. Nota-se que as queimaduras e corrosões no país apresentam uma gravidade elevada pela prevalência das urgências. No entanto, é válido mencionar a possibilidade de determinados pacientes com tal morbidade de caráter eletivos não buscarem as unidades de saúde para tratamento.
CONCLUSÃO: Portanto, as queimaduras e corrosões são predominantemente de caráter de urgência, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Dessa forma, tornam-se necessários estudos complementares a respeito da diferença entre a epidemiologia de tal cenário clínico entre as regiões, analisando seus fatores determinantes e assim, como são injúrias evitáveis, é possível estabelecer formas de prevenir a população, reduzindo esse agravo nas urgências.
APRESENTAÇÃO ORAL
Prevalência de internações por queimaduras em idosos nas regiões Norte e Nordeste no período de 2018 a 2022
Juliana Oliveira Costa1; Maria Beatriz Leandro Bezerra1; Anne Karinini Silva Gama1; Maria Jacqueline Nogueira de Souza1; Mariana de Oliveira Costa2
1. Universidade Potiguar
2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
OBJETIVO: Analisar a incidência de internações por queimaduras no público com idade igual ou superior 60 anos no período de 2018 a 2022 nas regiões Norte e Nordeste, a fim de realizar uma comparação quantitativa entre as unidades federativas.
MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado por uma coleta de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). A seleção de dados foi realizada a partir da morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) por causas externas em local de internação no país no período de 2018 a 2022. Além disso, foram selecionados como grupos de causas X00-X09 e X10-X19 de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Como faixa etária, foram incluídos indivíduos a partir de 60 anos e como recorte temporal o período de 2018 a 2022. Diante disso, foi realizada uma comparação quantitativa da incidência de queimaduras entre os estados das regiões Norte e Nordeste.
RESULTADOS: Foram observados 255 internações por queimaduras na região Norte e 1.929 na região Nordeste. Dentre as unidades federativas dessas regiões, a quantidade de casos em ordem decrescente foi: Bahia (657), Rio grande do Norte (432), Ceará (216), Alagoas (138), Pará (136), Pernambuco (131), Paraíba (115), Piauí (108), Sergipe (94), Maranhão (38), Amazonas (36), Tocantins (33), Rondônia (26), Amapá (11), Acre (10) e Roraima (3). Dessa forma, o estado da Bahia apresenta aproximadamente 30% da quantidade total de casos de queimaduras e o estado do Rio Grande do Norte aproximadamente 20%. Ao realizar uma comparação entre os valores de casos confirmados e a população de cada estado, é possível perceber que o Rio Grande do Norte teve uma expressiva quantidade de pacientes internados por queimaduras.
CONCLUSÃO: Deste modo, foi possível observar uma distribuição da quantidade de internações por queimaduras, com os estados Bahia e Rio Grande do Norte sendo responsáveis por aproximadamente 50% dos casos totais contabilizados nas regiões Norte e Nordeste. Com isso, são necessários mais estudos para que se identifiquem as razões para o surgimento desses polos com mais casos notificados e para melhor guiar ações em saúde de prevenção de queimaduras em idosos.
PÔSTER
Queimadura por café, infecção e tratamento: Um relato de caso
Larissa Maria Albuquerque Borges Dantas; Raphael de Lima Dantas; William Costa Tavares de Medeiros; Maria Clara Nery Ferraz de Magalhães; Martins Francisco de Souto Neto; Alex Victor de Andrade Freire; Artur Amaral Ferreira Mulatinho
Universidade Potiguar
OBJETIVO: Relatar atendimento, evolução e melhora clínica de paciente com queimadura por café.
RELATO DE CASO: Paciente feminina, 67 anos, aposentada, hipertensa e diabética controlada. Vítima de queimadura de 2° grau em 7% da superfície corporal, sendo atingido o braço direito por garrafa de café fervente. Tratamento inicial feito por conta própria com compressas frias e limpas a cada 1 hora e duração de 10 minutos por aplicação, dipirona 1g e hidroxizina 25mg. No dia seguinte, evoluiu com piora do quadro, referindo dor e ardência, medicada em prontosocorro com dipirona 50mg/mL EV, sulfadiazina de prata 2 vezes ao dia e meloxicam 15g 1 vez ao dia. Houve piora gradual do quadro e 5 dias após o acidente, paciente compareceu novamente ao pronto-socorro com focos infecciosos, dor 7/10 constante, prurido local e hiperemia. Foi realizada a limpeza da ferida e curativo, prescrito Zinnat (cefuroxima) 500mg, um comprimido a cada 12h e tramadol/paracetamol 37,5mg/325mg, um comprimido a cada 8h e troca do curativo diariamente em pronto-socorro por 10 dias consecutivos. Encaminhada ao cirurgião plástico para reabilitação com seis sessões em câmara hiperbárica. Na primeira consulta, o cirurgião adicionou ao tratamento sabonete antisséptico com PHMB (cloridrato de polihexametileno biguanida) e óleo de girassol. No retorno ao cirurgião plástico após 7 dias, paciente apresentou melhora significativa do quadro. Foi mantido o uso do curativo apenas local, óleo de girassol e sabonete antisséptico, adicionado protetor solar FPS 75 associado a placa adesiva em região queimada mais profunda por 90 dias. Após término do tratamento, a paciente permaneceu apenas em uso de protetor solar, com melhora total da área acometida e características tróficas de pele normal e saudável.
CONCLUSÃO: O excelente resultado visualizado no caso em questão reflete o esforço da equipe multidisciplinar associado a uma boa adesão ao tratamento. Evidencia-se, portanto, a importância do suporte clínico, cirúrgico e terapêutico no manejo da paciente.
PÔSTER
Série temporal das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020
Thiago Gonçalves Souza; Kellen Meneghel de Souza
Universidade do Sul de Santa Catarina - Campus Tubarão
INTRODUÇÃO: Queimaduras são consideradas problemas de saúde pública global e apresentam maior incidência nos países subdesenvolvidos. No Brasil, estima-se que anualmente aconteçam 1.000.000 de acidentes envolvendo queimaduras. No paciente pediátrico, as queimaduras são a segunda causa mais comum entre os incidentes que ocorrem na infância, sendo a terceira causa de morte nas mesmas. O presente estudo teve por objetivo analisar as taxas de internações hospitalares por queimadura em pacientes pediátricos nos estados da região Sul, no período de 2016 a 2020.
MÉTODO: Estudo ecológico de séries temporais, com dados obtidos na região Sul do Brasil, utilizando o banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, no período de 2016 a 2020. Para cada ano do período estudado, foram avaliadas as variáveis sexo, faixa etária, cor/raça, taxa de variação anual, letalidade, desfecho e média de permanência de cada estado. Para análise das tendências temporais, foram utilizados os coeficientes de morbidade padronizados e o método de regressão linear simples.
RESULTADOS: No período de 2016 a 2020, foram realizadas 8.256 internações de crianças e adolescentes vitimadas por queimadura na Região Sul do Brasil, tendo o estado do Paraná como o responsável pelos maiores índices durante todo o período estudado. A principal faixa etária envolve crianças pré-escolares de 1-4 anos (n=4748); quanto ao sexo, a maior parte da amostra infantil tem predominância do sexo masculino (n=5.205); em relação a cor/raça, tem-se predominância da cor branca (n=6.263); não houve variação anual significativa conforme escala de Pearson; a maior taxa de letalidade por 100 mil habitantes é do estado do Rio Grande do Sul no ano de 2018; óbitos (n=62); a média de permanência hospitalar é maior que 7 dias nos estados da Região Sul, exceto Paraná.
CONCLUSÃO: Há tendência de estabilidade na taxa geral de internação. O sexo masculino e a faixa etária de 1-4 anos são os mais acometidos por queimaduras no Sul do Brasil. O Paraná tem maiores taxas de internação quando comparado aos outros dois estados.
PÔSTER
Tratamento cirúrgico pela técnica de Keystone para recuperação funcional e estética do hálux após queimadura química - Relato de caso
Maria Beatriz Guimarães Torres3; Cláudia Barbosa de Almeida Medeiros1,2; Myllena Alves Rodrigues3; Maria Eduarda Fonseca Esteves3; João Paulo Vieira e Silva de Albuquerque4; André de Barros Araújo3; Michelle de Simão Carelli3; Marcelo José Borges de Miranda1
1. Hospital São Marcos
2. Unimed Recife
3. Faculdade de Medicina de Olinda
4. Faculdade Pernambucana de Saúde
OBJETIVO: Descrever o caso de uma paciente que sofreu queimadura química de terceiro grau por ácido para tratamento de onicocriptose do hálux esquerdo.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 16 anos, sem comorbidades, com história de onicocriptose bilateral recorrente há 4 anos. Em fevereiro de 2022 apresentou episódio mais exuberante no hálux esquerdo com dor, calor e rubor do paroníquio lateral, sendo realizada aplicação de ácido fênico (fenol) sob anestesia local, em ambiente não hospitalar, por podólogo. Evoluiu após 12 dias com necrose extensa, odor fétido e saída de secreção purulenta. Em atendimento médico, evidenciou-se redução da amplitude de movimento da dorsiflexão do hálux e queimadura de terceiro grau infectada de todo o lado lateral do dedo. A radiografia mostrou erosão da cortical lateral da falange distal. Foi indicado tratamento cirúrgico em dois tempos. No primeiro momento, foi realizado o desbridamento cirúrgico e a coleta de material para cultura de partes moles e óssea. No pós-operatório foi iniciada antibioticoterapia venosa e curativos com hidrofibra com prata. Após cinco dias, com a melhora clínica da ferida, realizou-se a segunda abordagem cirúrgica: um retalho ao acaso do tipo Keystone para fechamento da lesão. Essa técnica se baseia nas perfurantes musculocutâneas e fasciocutâneas, porém, no caso do hálux, baseia-se do plexo subdérmico da polpa digital, sendo considerado um retalho cutâneo ao acaso. A resolução do quadro se deu após dois meses da cirurgia, com reconstrução da anatomia e recuperação funcional completa.
CONCLUSÃO: O uso de ácidos de forma não criteriosa para o tratamento de onicocriptose pode evoluir com queimaduras químicas graves, comprometendo a função e colocando em risco a viabilidade do dedo. Em feridas profundas com exposição de estruturas nobres, o retalho Keystone pode ser uma boa alternativa local, com baixa morbidade do sítio doador, além de rápida recuperação do paciente.
PÔSTER
Tratamento de sequela funcional e estética na mão dominante após queimadura por choque elétrico - Relato de caso
Cláudia Barbosa de Almeida Medeiros1; Marcelo José Borges de Miranda1; Luanna Gabrielle Vieira Leite2; Pedro Costa Britto Filho2; Francyelle Maria Barbosa Fonsêca2; Rodrigo Frason Freitas Lima2; Ana Beatriz da Silva Feitosa2; Weny Félix Lima Gomes2
1. Hospital São Marcos
2. Faculdade de Medicina de Olinda
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente que sofreu queimadura por choque elétrico de alta tensão na mão direita e, após cirurgia reparadora, evoluiu com sequela motora devido a retração cicatricial severa. Aqui é descrita a estratégia do segundo tempo cirúrgico, sete anos após a abordagem inicial, de modo a promover uma melhora funcional e estética.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 54 anos, eletricista, sofreu um acidente por choque elétrico de 13.800 watts em novembro de 2009. Teve a pele do dorso da mão comprometida, com exposição dos tendões extensores, sendo submetido ao retalho abdominal inferior. Evoluiu com retração tendínea e posição em garra da mão. As queixas do paciente eram em relação a sua dificuldade funcional e estética, pois a sua mão dominante apresentava hiperextensão das articulações metacarpofalangeanas e flexão das interfalangeanas, além de possuir um volumoso retalho. Os principais achados da ressonância magnética do punho direito foram: anquilose dos ossos do carpo da mão direita, artrose avançada das articulações metacarpofalângicas, espessamento exuberante do tecido adiposo do dorso da mão e deformidade em garra do 2º ao 5º dedo. Já a tomografia computadorizada evidenciou: extensa artrose dos ossos do carpo e da base 2º ao 5º metacarpos, alterações degenerativas da articulação rádio-ulno-cárpica e da articulação do trapézio com a base do primeiro metacarpo. Em 2016 foi realizada uma estratégia cirúrgica dividida em dois atos operatórios: o primeiro, consistindo no emagrecimento de metade do retalho prévio do dorso da mão, alongamento dos tendões extensores, liberação da musculatura intrínseca e artrodese em posição funcional das articulações metacarpo-falângicas do segundo ao quinto dedo; o segundo ato, cinco meses após, consistiu no término do emagrecimento do retalho e retirada de material de osteossíntese utilizado para fixar as artrodeses. O paciente realizou fisioterapia e uso de órtese modelada sob medida para a nova posição precocemente em ambas cirurgias. Os ganhos funcional e estético foram evidentes, com melhora da posição passiva dos dedos, além de melhor adaptação da mão para a pega de objetos, desempenhando atividades básicas do dia-a-dia com mais facilidade.
CONCLUSÃO: A abordagem por equipe especializada em caso graves de queimaduras que envolvam regiões nobres do corpo como a mão é fundamental para minimizar complicações e garantir a recuperação funcional do membro.
APRESENTAÇÃO ORAL
Uso de pele alógena como medida salvadora e de estabilização: Relato de caso
Gabriel Dias Ribeiro de Almeida1; Tiago Antunes de Vasconcelos Romão1; Marco Antônio Martins Ribeiro de Almeida2
1. Universidade Potiguar
2. Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel
OBJETIVO: Demonstrar por meio de um caso clínico, a possibilidade da utilização de enxerto de pele alógena como curativo biológico e medida salvadora para estabilização hemodinâmica, com redução das perdas por espoliação de pacientes com grandes feridas.
MÉTODO: Análise de prontuário médico durante o período de internação hospitalar.
RESULTADOS: As graves lesões com perda tecidual em membro inferior direito de caráter espoliativo levaram à instabilidade clínica da paciente, com quadro séptico mesmo com o uso de consecutivas bolsas de hemoderivados, uso de antibióticos de largo espectro e procedimentos cirúrgicos. Houve indicação de amputação do membro para salvar a vida da paciente. Foi utilizado
o transplante de pele alógena como medida salvadora, visando a redução no volume de sangue perdido e espoliação hídrico-proteica. O enxerto demonstrou resultado satisfatório na estabilização da paciente e permitiu que o membro e a vida da paciente fossem salvos.
CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que a utilização de enxertia de pele alógena teve importante papel para a recuperação da paciente, atuando como medida para a estabilização hemodinâmica ao reduzir as perdas espoliativas de sangue, hidroeletrolíticas e proteicas que ocorrem como consequência das lesões, procedimentos cirúrgicos e suas respectivas trocas de curativos.
APRESENTAÇÃO ORAL
Uso do ácido hialurônico como correlato no tratamento especializado em queimadura de segundo grau: Relato de caso
Jayane da Silva Oliveira Linhares;Marília Lopes Costa; Jayara Kelly de Oliveira;Dayana Grace Ribeiro de Araújo;Dayse Ferreira de Araújo Viana; Merciana Vale de Azevedo Oliveira Amorim; Paloma Cibelle Nascimento Silva de Andrade
VittaDerma - Centro Clínico Especializado no Tratamento de Feridas
OBJETIVO: Relatar a experiência clínica do uso do ácido hialurônico (AH) como correlato no manejo especializado de uma queimadura de segundo grau.
RELATO DO CASO: As queimaduras ocupam hoje o terceiro lugar no ranking do tratamento de feridas. Acontecem, na maioria das vezes, de forma acidental e fatídica, podendo trazer sérios danos físicos, sociais e morais ao portador. Durante o tratamento de uma queimadura, o maior pilar é a escolha correta no processo do curativo. Dentro deste processo, é exigido da equipe especialista uma visão holística para tomada de decisão assertiva e que potencialize a cicatrização do mesmo. Por isso, visa-se, através deste relato de experiência, dispor a despeito da importância do uso do ácido hialurônico no tratamento especializado de uma queimadura no dedo indicador da mão esquerda de uma paciente que sofreu uma queimadura térmica. O tratamento foi realizado no Rio Grande do Norte em uma clínica especializada para esta população. O ácido hialurônico, correlato de baixo custo e fácil acesso, tornou-se uma tecnologia essencial no manejo de queimaduras devido sua biocompatibilidade celular na reparação dos tecidos lesados, contribuindo assim para agilizar o processo cicatricial e ajudar na estética visual da cicatriz do paciente. O tratamento foi realizado durante um período de duas semanas em que, através do uso do AH, foi possível chegar à cicatrização completa da lesão.
CONCLUSÃO: Apesar de pouco conhecido e indicado para o tratamento de queimaduras, o AH apresenta fundamental e direcionada ação na reparação tecidual, trazendo assim resultados rápidos, promovendo conforto e diminuindo riscos de infecção e cronificação de uma lesão dolorosa e angustiante para o paciente, tornando-se um promissor correlato a ser indicado para o tratamento inicial de queimaduras.