1092
Visualizações
Acesso aberto Revisado por pares
Artigo Original

Epidemiologia de queimaduras na face em pacientes internados em hospital de referência em queimados

Epidemiology of facial burns in patients admitted to a burn referral hospital

Fabiano Calixto Fortes de Arruda1; Celmo Celeno Porto2; Paulo Renato Simmons Paula3; Marcelo Prado4; Monica Sarto Piccolo5

RESUMO

OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico de pacientes vítimas de queimaduras da face em um unidade de referência em atendimento em queimaduras.
MÉTODO: O trabalho consiste no estudo de dados observacional, descritivo, retrospectivo, de uma população de 92 pacientes vítimas de queimaduras na região da face, internados em hospital de referência em atendimento a pacientes vítimas de queimaduras, no período de 2 anos, entre julho de 2015 e junho de 2017. Foram analisados dados como: idade, sexo, agente etiológico, áreas de superfície corporal queimada, profundidade da queimadura, regiões do corpo acometidas pela queimadura, óbito, queimaduras de vias inalatórias, tempo de internação em unidade de terapia intensiva de queimados e tempo de internação hospitalar. Os dados foram tabulados e descritos no texto.
RESULTADOS: Dos 92 pacientes atendidos, a maioria (61,95%) foi do sexo masculino, havendo quatro óbitos, dos quais três apresentavam lesão inalatória, com período de maior prevalência no outono. Tempo de internação médio foi de 20,5 dias, sendo o agente mais comum o álcool, atingindo, em média, 13%, a maioria com queimadura profunda.
CONCLUSÃO: Os pacientes vítimas de queimaduras em face são em sua maioria do sexo masculino, com agente etiológico álcool, com média de queimadura profunda de 13%, estando o óbito relacionado com associação de lesão de vias aéreas. Ações de prevenção podem ajudar a diminuir a incidência de acidentes na população observada.

Palavras-chave: Face. Queimaduras. Unidades de Queimados. Queimaduras por Inalação.

ABSTRACT

OBJECTIVE: This study aims to describe the epidemiological profile of patients victims of facial burns in a referral unit in care for burns.
METHODS: The work consists of the study of observational, descriptive, retrospective data from a population of 92 patients suffering from burns in the face region, admitted to a reference hospital in care of burn victims, in a period of 2 years, between July 2015 and June 2017. Data such as: age, sex, etiological agent, burnt body surface areas, burn depth, body regions affected by the burn, death, inhaled tract burns, length of stay in the therapy unit were analyzed intensive care unit for burns and length of hospital stay. Data were tabulated and described in the text.
RESULTS: Of the 92 patients, the majority (61.95%) were male, with four deaths, three of which had inhalation injury, with a period of greatest prevalence in autumn. Average hospital stay was 20.5 days, the most common agent being alcohol, reaching an average of 13%, with the majority with deep burns.
CONCLUSION: Patients suffering from facial burns are mostly male, with alcohol as the etiologic agent, with an average deep burn of 13%, and death is related to an association with airway injury. Prevention actions can help to reduce the incidence of accidents in the observed population.

Keywords: Face. Burns. Burn Units. Burns, Inhalation.

INTRODUÇÃO

No Brasil, estima-se que ocorram cerca de 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano1. Esta incidência sinaliza um grave problema de saúde pública, bem como a necessidade de políticas públicas para sua resolução.

Em estudos sobre queimaduras no Brasil, em geral são demonstrados os perfis epidemiológicos dos pacientes atendidos em alguma unidade específica de saúde em atendimento ao paciente queimado2-5. Estas transcrições epidemiológicas de dados favorecem no planejamento de tratamento, na criação de protocolos, na programação de uso de recursos específicos e na organização de custos.

Considerando a especificidade anatômica de cada região nas queimaduras, podemos destacar a face. Nela, localizam-se funções essenciais como: visão, olfato, paladar, respiração e atividades como a comunicação. Quando esta região é atingida por uma queimadura, um tratamento não especializado pode gerar sequelas como retrações6,7, que podem resultar em alguma disfunção, necessitando de atenção e cuidados especiais durante o tratamento, que somente são encontrados em unidades especializadas.

As lesões por queimadura na face têm uma característica relevante pela possibilidade de estarem associadas a lesão da via inalatória. A simples presença desta alteração nas vias aéreas aumenta em 20% a incidência de mortalidade em pacientes queimados8, sendo importante sua identificação e início de tratamento precoce para aumento de sobrevida.

Somente na Inglaterra são estimados cerca de 569.000 pessoas vivendo com algum tipo de desfiguração na face. Tais dados não são relatados por estudo semelhante no Brasil9. As alterações por queimadura na face, além de trazer sintomas físicos, apresentam implicações psicológicas10.

A face apresenta função de interação social, identidade e tem funções como visão e respiração. A presença de alterações nesta região está ligada a uma preocupação excessiva com a aparência, baixa autoconfiança e uma percepção negativa oriunda de outras pessoas, influenciando na presença de ansiedade e depressão e de cuidados abaixo do necessário11.

Considerando a gravidade e a elevada incidência das queimaduras na região da face e da existência de poucos estudos sobre epidemiologia nesta área, este estudo tem por objetivo descrever o perfil epidemiológico de pacientes vítimas de queimaduras da face em uma unidade de referência em atendimento em queimaduras.


MÉTODO

Este trabalho consiste em estudo observacional, descritivo, retrospectivo, de uma população de 92 pacientes vítimas de queimaduras na região da face, internados em unidade de queimados de hospital de referência em atendimento em queimaduras, no período de 2 anos, entre julho de 2015 e junho de 2017, em Goiânia-GO.

Os critérios de inclusão foram pacientes que foram internados na Unidade de Queimados, seja enfermaria ou unidade de terapia intensiva (UTI), que tenham tido algum tipo de queimadura na face de segundo a terceiro grau na face. Os pacientes apresentando algum tipo de doença mental debilitante foram excluídos do estudo.

Análise estatística

Durante a análise das variáveis desse estudo, consideramos como critérios de inclusão: idade, sexo, agente etiológico, áreas de superfície corporal queimada, profundidade da queimadura, regiões do corpo acometidas pela queimadura, tratamento cirúrgico com: desbridamentos, enxertos, retalhos; infecções, óbito, queimaduras de vias inalatórias, tempo de internação em UTI de queimados e tempo de internação hospitalar.

Os dados foram retirados do programa Mvsoul, plotados em tabela de Excel e analisados pelo programa SPSS 24.

O trabalho respeitou os preceitos éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pela comissão de ética interna do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL), em Goiânia-GO, e pela Plataforma Brasil, com o registro CAAE: 33059120.0.0000.5082.


RESULTADOS

Foram avaliados 92 casos com queimaduras na face.

Sexo e idade

Dos 92 pacientes, 54 eram do sexo masculino e 38 do sexo feminino (1,42:1). A média de idade foi de 38,06 anos. Entre 18 e 40 anos, tivemos 57 pacientes (61,95%); dos 41 aos 65 anos, tivemos 29 pacientes (31,52%); e com mais de 65 anos tivemos seis pacientes (6,53%) (Tabela 1).




Lesão inalatória e óbito

Dentre os quatro pacientes que foram a óbito, três apresentaram lesão inalatória.

Estação do ano e incidência

Durante o período de outono tivemos 30 pacientes, no inverno 26 pacientes, na primavera 23 pacientes e no verão 12 pacientes.

Tempo de internação

O tempo de internação variou de 1 a 151 dias, com média de 20,53 dias de internação. Dezenove (20,6%) pacientes ficaram internados por período superior a 30 dias (Tabela 2).




Etiologia das queimaduras

A causa mais comum das queimaduras foi relacionada ao álcool líquido, com 34 pacientes, seguida por escaldadura em 16 pacientes, e chama direta em 15 pacientes (Tabela 3).




Superfície corporal queimada e profundidade de queimadura

A superfície corporal queimada (SCQ) variou de 3% a 85%, com média de 13%; com 54 pacientes (58,69%) apresentando queimaduras de terceiro grau. (Tabela 2).

Área localizada

Apenas seis pacientes apresentavam queimadura localizada exclusivamente na face. Os demais apresentavam lesões concomitantes em outras regiões do corpo (Tabela 4).




Escore de gravidade

O escore de Baux variou de 13 a 149, tendo média de 64,8, e o ISQA variou de 2 a 13, com média de 6,17 (Tabela 5).




DISCUSSÃO

Este estudo refere se a pacientes internados com queimaduras de face na unidade de Queimados do HUGOL. Conforme estudos anteriores, a população mais afetada pertence ao sexo masculino2-5. A média de idade neste estudo foi superior à média nacional e internacional, nas quais as queimaduras localizadas na face são mais comuns entre pacientes com média de 25 anos2,8,12-14.

As queimaduras na face têm uma particularidade, que é a entrada das vias aéreas, sendo estas possivelmente associadas com a queimadura de vias aéreas. A identificação desta lesão e o início do tratamento precoce estão ligados diretamente à previsão de morbimortalidade nestes pacientes, que neste estudo foi inferior a 5%. Pacientes vítimas de queimadura na face possuem probabilidade maior de necessitar de intubação visto desenvolverem edema facial e a localização anatômica apresentar proximidade com a queimadura da via aérea em sua porção interior8,15. No entanto, nesta casuística não foi observada uma grande estatística de pacientes com esta necessidade. Isto ocorre em virtude da maioria dos pacientes analisados terem sidos internados na enfermaria e não na unidade de cuidados intensivos.

Quando avaliamos a relação de estações do ano e a presença de queimaduras, o período mais comum delas ocorrerem foi no outono. Em estudo realizado na China12 o período mais comum foi no verão. Não encontramos relação de tipo de trabalho com o período do ano e a queimadura da face que possa justificar uma associação. No Brasil o outono apresenta como principal período de aumento do número de queimaduras por estar relacionado a festas juninas.

A queimadura é um trauma que requer um grande período de internação, principalmente porque a maioria dos serviços apresenta desde déficit de pessoal a de recursos materiais para acelerar o tratamento. Em estudo realizado por Lima et al.16 na Região Amazônica, foi observado que cerca de 15% dos pacientes ficaram internados em período superior a 30 dias. Dados semelhantes foram encontrados neste estudo, com cerca de 20% dos pacientes ficando um período maior que 30 dias. Em estudo de Fan et al.17 a média de tempo de internação de pacientes vítimas de queimadura foi de 25,4 dias. Em estudos nacionais2,4,5,18 o tempo de internação variou de 13,7 a 23,5 dias. Neste estudo a média de internação foi de 20,53 dias. De acordo com a gravidade do paciente, o tempo de internação é maior.

Neste estudo encontramos com os principais agentes etiológicos a queimadura por álcool e por líquido quente. Tais achados são semelhantes aos encontrados na literatura2-5,16-18 em que as queimaduras por estes agentes são as mais comuns. Por período curto no Brasil, no ano de 200219, ocorreu uma mudança no uso de álcool líquido para a forma gel e tal mudança resultou na diminuição da incidência de queimadura por álcool. Apesar desta medida ter durado pouco tempo, este tipo de ação beneficia toda a população e o próprio sistema de saúde.

A porcentagem de superfície queimada está diretamente relacionada a gravidade, tempo de internação e mortalidade20. Neste estudo a média de superfície corporal atingida por queimaduras de segundo e terceiro grau foi de 13%, porém, a maioria dos pacientes apresentaram queimaduras profundas, o que leva à necessidade de maior quantidade de procedimentos como debridamento e enxertia, causando aumento do tempo de internação.

Neste estudo apenas seis pacientes tiveram exclusivamente queimaduras de face, isto porque é mais comum que a queimadura de face esteja associada a outras áreas. A área mais comum atingida, juntamente com a face, foi a dos membros superiores. Os membros superiores são uma das áreas mais atingidas em queimaduras17, junto com a região do tronco anterior18. A queimadura em membros superiores é uma grande preocupação devido à importância funcional desta área nos pacientes vítimas de queimaduras.

Os escores de gravidade Baux e ISQA são bons preditores de tempo de internação e mortalidade do paciente queimado, nossos dados são semelhantes ao encontrados em literatura20.

Estudos de revisão10,21 têm demonstrado aumento significativo de depressão e ansiedade em pacientes apresentando cicatrizes na face. Apesar de a prevalência de psicopatologias em pacientes com cicatrizes na face ser mais comum em mulheres22,23, a maior incidência observada em homens pode afetar estes de maneira significativa durante seu desenvolvimento.


CONCLUSÃO

Neste estudo, as queimaduras de face apresentam incidência semelhante a outras regiões do corpo, acometendo principalmente homens jovens em idade produtiva e tendo como agente mais comum o álcool. A área concomitantemente mais atingida foram os membros superiores. Considerando as alterações físicas e psicológicas oriundas de pacientes vítimas de queimaduras na face, as medidas de prevenção em geral trazem benefícios na diminuição da incidência de casos nesta área. Ações de prevenção podem ajudar a diminuir a incidência de acidentes na população observada.


REFERÊNCIAS

1. Gomes DR, Serra MC, Guimarães LM. Condutas na Internação. In: Gomes DR, Serra MC, Guimarães LM, Macieira Júnior L, eds. Condutas atuais em queimaduras. Rio de Janeiro: Revinter; 2001.

2. Arruda FCF, Castro BCO, Medeiros JF, Valadão WJ, Reis GMD. Análise epidemiológica de 2 anos na Unidade de Queimados do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, Goiânia, Brasil. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(3):389-94.

3. Dalla-Corte LM, Fleury BAG, Huang M, Adorno J, Modelli MES. Perfil epidemiológico de vítimas de queimaduras internadas em uma unidade no Distrito Federal do Brasil. Rev Bras Queimaduras. 2019;18(1):10-5.

4. Lacerda LA, Carneiro AC, Oliveira AF, Gragnani A, Ferreira LM. Estudo epidemiológico da Unidade de Tratamento de Queimaduras da Universidade Federal de São Paulo. Rev Bras Queimaduras. 2010;9(3):82-8.

5. Rodrigues WCC, Pinheiro LB, Lima AT, Battisti L, Mota MAG, Costa MC, et al. Perfil epidemiológico e clínico de pacientes com queimaduras atendidos pela fisioterapia na Universidade Estadual de Goiás. Rev Bras Queimaduras. 2017;16(2):94-9.

6. Freitas LV Souza LMB. A fonoaudiologia nas queimaduras de face e pescoço. Rev Bras Prom Saúde. 200I;18(2):105-9.

7. Klinger M, Klinger F Caviggioli F Maione L, Catania B, Veronesi A, et al. Fat Grafting for Treatment of Facial Scars. Clin Plast Surg. 2020;47(1):131-8. DOI: 10.1016/j. cps.2019.09.002

8. Hoogewerf CJ, van Baar ME, Hop MJ, Bloemen MC, Middelkoop E, Nieuwenhuis MK. Burns to the head and neck: epidemiology and predictors of surgery. Burns 2013;39(6):1184-92.

9. Changing Faces. Disfigurement in the UK. London: Changing Faces; 2017.

10. Gibson JAG, Ackling E, Bisson JI, Dobbs TD, Whitaker IS. The association of affective disorders and facial scarring: Systematic review and meta-analysis. J Affect Disord. 2018;239:I-10. DOI: 10.1016/j.jad.2018.06.013

11. Choudhury-Peters D, Dain V. Developing psychological services following facial trauma. BMJ Qual Improv Rep. 2016;5(1):u210402.w4210.

12. Tian H, Wang S, Xie W Shen C, Guo G, Liu J, et al. Epidemiology and outcome analysis of facial burns: A retrospective multicentre study 20II-2015. Burns. 2020;46(3):718-26. DOI: 10.1016/j.burns.2019.08.017

13. Menger T, Krijnen P, Tuinebreijer WE, Breederveld RS. Is location of burns related to outcome? A comparison between burns on extremities and burns on head and/or trunk in patients with low to intermediate TBSA in a burn center in the Netherlands. J Burn Care Res. 2014;35(6):508-13.

14. Saavedra PA, deBrito ES, Areda CA, Escalda PM, Galato D. Burns in the Brazilian Unified Health System: a review of hospitalization from 2008 to 2017. Int J Burns Trauma. 2019;9(5):88-98.

15. Esnault P, Prunet B, Cotte J, Marsaa H, Prat N, Lacroix G, et al. Tracheal intubation difficulties in the setting of face and neck burns: myth or reality? Am J Emerg Med. 2014;32(10):1174-8.

16. Lima GM, Medeiros AS, Boulhosa FJS, Medina JMR, Gonçalves KLP, Costa LRN, et al. Características dos pacientes que apresentaram queimadura de face em hospital de referência na região amazônica. Rev Bras Queimaduras. 2015;14(2):133-9.

17. Fan X, Ma B, Zeng D, Fang X, Li H, Xiao S, et al. Burns in a major burns center in East China from 2005 to 2014: Incidence and outcome. Burns. 2017;43(7):1586-95. DOI: 10.1016/j.burns.2017.0I.033

18. Leão CEG, Andrade ES, Fabrini DS, Oliveira RA, Machado GLB, Gontijo LC. Epidemio-logia das queimaduras no estado de Minas Gerais. Rev Bras Cir Plást. 2011;26(4):573-7.

19. Tibola J, Barbosa E, Renck LI, Guimaraes FSV, Kroeff MS, Pereima MJL. The liquid alcohol in Brazilian current context. Burns. 2007;33(I Suppl):S19. DOI: 10.1016/j. burns.2006.10.048

20. Arruda FCF. Comparaçao de escores de gravidade para previsão de mortalidade e tempo de internação em unidade de queimados. Rev Bras Queimaduras. 2017;16(3):142-9.

21. Remes O, Brayne C, van der Linde R, Lafortune L. A systematic review of reviews on the prevalence of anxiety disorders in adult populations. Brain Behav. 2016;6(7):e00497.

22. Rahtz E, Bhui K, Hutchison I, Korszun A. Are facial injuries really different? An observational cohort study comparing appearance concern and psychological distress in facial trauma and non-facial trauma patients. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2018;71(1):62-71.

23. Rahtz E, Bhui K, Smuk M, Hutchison I, Korszun A. Violent injury predicts poor psychological outcomes after traumatic injury in a hard-to-reach population: an observational cohort study. BMJ Open. 2017;7(5):e014712.









Recebido em 11 de Março de 2021.
Aceito em 13 de Fevereiro de 2022.

Local de realização do trabalho: Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira, Goiânia, GO, Brasil.

Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.


© 2024 Todos os Direitos Reservados