1475
Visualizações
Acesso aberto Revisado por pares
Artigo Original

Protocolos de segurança do paciente na unidade de queimados: percepções da equipe de enfermagem

Patient safety protocols in the burn unit: perceptions of the nursing team

Franciéle de Ávila Boeira Cardoso1; Maria Cicília Fernandes Oliveira2; Lilian Machado Torres3

RESUMO

OBJETIVO: Compreender as percepçoes da equipe de enfermagem de uma unidade de cuidados de queimados sobre a efetividade dos protocolos de segurança na assistência às vítimas de queimaduras.
MÉTODO: Pesquisa exploratória com abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista individual, a partir de um roteiro prévio e os depoimentos foram analisados em seu conteúdo, pelo referencial de Bardin.
RESULTADOS: Participaram 21 profissionais: enfermeiros e técnicos de enfermagem. As categorias temáticas foram assim nomeadas: (Des)conhecendo os protocolos de segurança do paciente; Identificando a importância dos protocolos de segurança; e, Vivenciando dificuldades em relaçao aos protocolos. Conhecer ou desconhecer nao impediu discorrer sobre a importância dos protocolos de segurança para a organizaçao do processo de trabalho, minimizaçao de riscos e maior segurança no cuidado. As dificuldades que emergiram vao desde aquelas relacionadas à sobrecarga de trabalho, pelo dimensionamento inadequado de pessoal, até questoes da estrutura física. Dentre as sugestoes, a capacitaçao periódica, percebida como fragilidade, emergiu como necessária e importante para o cuidado seguro e de qualidade.
CONCLUSOES: O desconhecimento ou nao utilizaçao dos protocolos de segurança no atendimento às vítimas de queimaduras graves ocorre, muitas vezes, em funçao da nao estruturaçao do pensamento linear sobre o tema. Educaçao permanente e sensibilizaçao das equipes concorrem para tornar cultural o cuidado, baseado em evidências e protocolos já estabelecidos e, comprovadamente, eficazes.

Palavras-chave: Enfermagem. Gestão da Segurança. Segurança do Paciente. Cuidados de Enfermagem. Unidades de Queimados.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To understand the perceptions of the nursing team of a burn care unit about the effectiveness of safety protocols for burn victims.
METHODS: Exploratory research with a qualitative approach. An individual interview was used, based on a script. The contents of the testimonies were analyzed by the Bardin reference.
RESULTS: The participants were 21 professionals among nurses and nursing technicians. Thematic categories were thus named: Not knowing and knowing the protocols of patient safety; Identifying the importance of security protocols; and Experiencing difficulties in relation to protocols. Knowing or not knowing has not prevented discussing the importance of safety protocols for both the organization of the work process and to minimize risks and provide safer care. However, the difficulties that emerged in the statements are related to work overload, inadequate staffing and physical structure issues. Several suggestions and periodic training, perceived as fragility, have emerged as important points for safe and quality care.
CONCLUSIONS: The professionals lack of knowledge regarding safety protocols, when providing care to the victims of severe burns, occurs due to the non-structuring of linear thinking on the subject. This competence is obtained through permanent education and awareness of the teams, that contribute to making cultural care based on evidences and protocols already established and proven effective.

Keywords: Nursing. Safety Management. Patient Safety. Nursing Care. Burn Units.

INTRODUÇAO

O cuidado qualificado em saúde é um direito no processo assistencial. A criaçao da World Alliance for Patient Safety, em 2004, em um evento realizado pela Organizaçao Pan-Americana da Saúde, definiu metas sobre segurança do paciente, a partir de definiçoes e conceitos relacionados. A tentativa de uma agenda internacional que fizesse emergir a relevância do cuidado seguro destacou, à época, questoes como a ocorrência de eventos adversos relacionados a erros de medicaçao, infecçoes associadas à assistência à saúde, atençao às maes e recém-nascidos e aos idosos, além da cultura de segurança1.

Compreende-se por segurança do paciente o desafio de empreender as açoes que evitam os acidentes intencionais ou inesperados durante a realizaçao de cuidados e intervençoes na área de saúde2. Pode-se afirmar que o cuidado qualificado, associado à segurança, nunca esteve tao presente como na atualidade3. No entanto, eventualmente, o conceito é entendido pelos indivíduos, trabalhadores e gestores apenas como qualidade do atendimento ou direitos do paciente3,4. Talvez, por esse motivo, observa-se a crescente preocupaçao dos profissionais da saúde quanto à segurança da assistência. Ademais, os desafios apresentados pela Organizaçao Mundial da Saúde, desde 2004, impoem-se como caminho passível de seguimento e resultados favoráveis: primeiramente Cuidado Limpo é Cuidado Seguro, em seguida, em 2007, Cirurgia Segura Salva Vidas e, em 2010, a dimensao sobre a multirresistência bacteriana1.

Ressalta-se que a Enfermagem tem participaçao fundamental nos processos que qualificam a assistência e que avaliam a segurança3, a partir de treinamentos e relaçoes interprofissionais bem estruturados e considerados elementos-chave para o cuidado seguro aos queimados e familiares5.

No caso das vítimas de queimaduras, estar hospitalizado representa um processo doloroso, tanto físico quanto psíquico. O planejamento do cuidado deve relacionar açoes prioritárias pautadas em protocolos que viabilizem atuaçao segura e sistematizada e que respeitem as individualidades e peculiaridades do quadro clínico6. Ademais, queimaduras estao entre os traumas mais agressivos que demandam terapias prolongadas7 para a reabilitaçao psicológica, social e da própria imagem, que representam área complexa e desafiadora no cuidado5,8.

Percebe-se, no entanto, escassez de pesquisas voltadas para o entendimento dos profissionais sobre a segurança no tratamento às vítimas de queimaduras, lacuna que reclama estudos relacionados6. Na formaçao de profissionais de Enfermagem, urge repensar a suficiência nas práticas de ensino, as quais incluem a simulaçao com estratégia de aprendizagem9.

Como a Enfermagem compoe o maior grupo de trabalhadores nos hospitais, a pesquisa tem como questao norteadora: a equipe de enfermagem percebe a efetividade dos protocolos de segurança implantados no Brasil, a partir de 2013, no atendimento às vítimas hospitalizadas após queimaduras?

O objetivo do estudo foi compreender as percepçoes da equipe de enfermagem de uma unidade hospitalar de cuidados de queimados sobre a efetividade dos protocolos de segurança na assistência prestada.

A relevância deste estudo pauta-se na complexidade e especificidade do cuidado ao queimado com vistas à reduçao de erros e tomada de decisoes assertivas na promoçao da segurança e qualidade assistencial. Presume-se que o cuidado baseado nos protocolos de segurança se consolida na forma de instrumentos que direcionam as açoes cotidianas e reduzem a ocorrência de eventos adversos. Compreender as percepçoes da equipe de enfermagem nesse contexto contribui para incrementar a segurança do paciente, pois os protocolos assistenciais visam sistematizar e qualificar a atençao segura em saúde.

Espera-se que os resultados possam subsidiar reflexoes sobre o cuidado seguro na dimensao da gestao dos processos assistenciais e educacionais.


MÉTODO

Pesquisa exploratória com abordagem qualitativa realizada no Hospital Joao XXIII, no Centro de Terapia Intensiva da Unidade de Tratamentos de Queimados Professor Ivo Pitanguy, em Belo Horizonte, MG. Trata-se de um centro de referência e excelência no atendimento a politraumatismos, grandes queimaduras, intoxicaçoes e situaçoes clínico-cirúrgicas com risco de morte.

A coleta de dados ocorreu em maio de 2018, após a aprovaçao ética do protocolo de pesquisa.

A populaçao da pesquisa constituiu-se de trabalhadores de enfermagem da referida unidade e a amostra foi composta por 21 profissionais que atenderam aos critérios de inclusao: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, maiores de 18 anos, que trabalhavam na instituiçao há pelo menos um ano e, na unidade de queimados, no mínimo, há seis meses. O recorte temporal foi considerado para que houvesse vivência no cuidado específico a tais vítimas e que garantisse conteúdo a ser analisado no atendimento ao objetivo proposto. Foram excluídos os ausentes no período de coleta de dados, por motivos de quaisquer ordens.

Após a solicitaçao da anuência do cenário e a aprovaçao ética, ocorreu a aproximaçao dos pesquisadores junto à unidade assistencial. No primeiro contato com os profissionais, por meio do diálogo informal, foi apresentada a intençao do estudo. Em seguida foi lido, individualmente, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para dirimir possíveis dúvidas e autorizar a participaçao.

Posteriormente, a coleta aconteceu em forma de entrevista estruturada, a partir de um roteiro prévio que continha alguns dados sociodemográficos e as seguintes questoes: Fale um pouco sobre os protocolos de segurança do paciente; Quais protocolos você utiliza na unidade de queimados?; Na sua percepçao qual a relaçao entre os protocolos e os cuidados de enfermagem?; Quais os facilitadores e dificultadores na aplicaçao de açoes seguras no cuidado às vítimas de queimaduras?.

Sucederam-se os encontros em um local reservado, destinado pela instituiçao, espaço onde estavam presentes apenas um dos pesquisadores e o entrevistado. O tempo médio nos depoimentos foi de 25 minutos. Houve gravaçao, após consentimento informado do participante, com dispositivo de gravador de voz digital, para a captaçao exata do conteúdo explicitado. A participaçao de novos profissionais foi encerrada quando passou a ocorrer repetiçao de conteúdos e os objetivos haviam sido atendidos. As transcriçoes foram realizadas logo após cada entrevista e registradas no programa Microsoft Office Word 2007.

Os dados foram organizados pela aproximaçao dos conteúdos predominantes para a análise, no referencial de Lawrence Bardin, com foco na comunicaçao estabelecida entre os pesquisadores e os entrevistados. O conjunto das técnicas de análise das comunicaçoes visa obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos, o conteúdo das mensagens que permite a inferência de conhecimentos relativos às condiçoes de produçao/recepçao destas mensagens. A análise foi organizada em três etapas, iniciadas pela pré-análise, a exploraçao do material, e, por fim, o tratamento dos resultados, inferência e interpretaçao10.

O estudo seguiu as orientaçoes éticas vigentes sobre pesquisas com seres humanos e foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais e ao Núcleo de Ensino e Pesquisa da Rede Fundaçao Hospitalar do Estado de Minas Gerais. As aprovaçoes estao disponíveis na Plataforma Brasil, sob os números 2.486.656 e 2.584.221, respectivamente.


RESULTADOS

Dos 21 participantes, dois eram enfermeiros, 18 técnicos e um auxiliar de enfermagem que atuavam em todos os turnos de trabalho na Unidade de Queimados. A maioria do sexo feminino (71,4%) e a média de idade foi de 39 anos. O tempo médio de serviço na instituiçao esteve em torno de 8,4 anos e, especificamente, na unidade de cuidados a queimados, de 6,8 anos. Dois dos entrevistados optaram por nao informar o tempo de serviço, no entanto, a chefia informou ser mais de dois anos e, apenas um deles possui pós-graduaçao.

Quanto ao objeto em estudo, os depoimentos permitiram o agrupamento de conteúdos por semelhança e, também, por divergência de informaçoes. Sendo assim, emergiram as seguintes categorias temáticas: (Des)Conhecendo os protocolos de segurança do paciente; Identificando a importância dos protocolos de segurança; e, Vivenciando dificuldades em relaçao aos protocolos, apresentadas a seguir.

(Des)Conhecendo os protocolos de segurança do paciente

Alguns participantes declaram seu desconhecimento em relaçao aos protocolos de segurança do paciente:

"Nao me lembro dos protocolos, na verdade nao sei listar, (...) sei que existem, (...) para ser sincero, eu nao os li, porque o plantao é corrido. Eu nao estou me lembrando, porque eu nunca li (...)." [E8]

"Nunca ouvi falar, nao estou lembrando de algo relacionado à segurança do paciente. (...). Entendo como protocolo o uso de EPIs (referindo-se aos Equipamentos de Proteçao Individual). Talvez, com relaçao à queda (do leito), mas isso entra mais em segurança do paciente." [E13]

Um dos profissionais afirma saber cuidar, independentemente de protocolos:

"Nao sei citar os protocolos. Eu sei cuidar do paciente (....).'' [E21]

Outros depoentes afirmam o seu desconhecimento, mas tentam citar algumas açoes, que entendem referir-se à segurança em geral:

"Ao fazer tudo no automático, acho que nao sei o que é o protocolo. Utilizamos tudo para o cuidado, a atençao para nao fazer medicaçao errada, para ele nao cair. Lembrar-se de olhar a pulseirinha, a identificaçao do leito (...)." [E12]

"(...) importante manter a integridade física e mudança de decúbito. Sao estes protocolos que estou conseguindo me lembrar no momento (...).'' [E18]

"Nao sei quais sao os protocolos. Seria o que é feito na minha rotina? Lembro-me de poucas coisas (...), mas é limpeza das maos, mudança de decúbito, limpeza e uso do curativo correto e apropriado. Só isso que me lembro (...). Alguns cursos ajudam na fixaçao dos protocolos para a prática." [E4]

Porém, alguns enumeram atividades relacionadas à segurança:

"Identificaçao do paciente, prevençao de úlceras por pressao, risco de queda, cirurgia segura, e também a prescriçao (...) sobre cirurgia segura, nao sei bem como é, mas para levar o paciente preciso me certificar com a pulseira." [E3]

Algumas açoes estao listadas, mas foi pontuado que o conhecimento adquirido se deu em outras instituiçoes de trabalho:

"Nao tive acesso aos protocolos (...). Já vi em outras instituiçoes em que trabalhei, seria a identificaçao do paciente (...) na pulseirinha e nas prescriçoes (...). A pulseirinha é recente aqui, no máximo um ano no setor." [E14]

Uma parte dos depoentes conhece os protocolos e sua composiçao:

"Entendo que é o cuidado quanto ao risco de queda, identificaçao do paciente e (...) mudança de decúbito, que é algo muito priorizado, devido ao risco de lesao por pressao (...)." [E5]

"Na instituiçao existem vários protocolos de segurança do paciente, temos o de queda, de lesao por pressao, higienizaçao das maos, precauçao contra infecçoes e um de alergia. A identificaçao fica à beira leito (...), para que possamos acompanhar durante a internaçao. Além de estar no sistema, na ficha de internaçao, também consta na evoluçao diária da equipe de enfermagem." [E9]

"Os protocolos de segurança sao: medicaçao correta, posicionamento no leito, mudança de decúbito, avaliaçao de feridas, identificaçao do paciente, higienizaçao das maos e encaminhamento para cirurgia segura (...)." [E19]

Algumas açoes dos protocolos sao, literalmente, estabelecidas a partir do cuidado prestado:

"É o que eu posso fazer para nao trazer nenhum risco ao paciente." [E20]

"Os protocolos que têm total relaçao com a segurança do paciente e melhoram a assistência." [E15]

Os entrevistados apontam tanto o desconhecimento quanto o conhecimento dos cuidados que constam nos protocolos de segurança, de uma forma geral, para todo e qualquer indivíduo assistido. A importância das açoes realizadas e citadas no fazer cotidiano, junto aos queimados, surge no último depoimento e está reforçada na categoria seguinte.

Identificando a importância dos protocolos de segurança

Alguns profissionais associam os protocolos à organizaçao da unidade assistencial, em relaçao à equipe e aos processos de trabalho:

"Os protocolos contribuem, pois caminham juntos com os cuidados que realizamos aqui para os queimados (...), agora, estao focando bastante nessa questao de segurança. Aqui é bem organizado em relaçao a isso." [E1]

"Os protocolos facilitam porque dao direcionamento para a equipe de queimados, é possível saber o que tem que ser feito e como fazer. A assistência seria no modelo exigido pela instituiçao. Identificar e checar se a açao corresponde ao seu paciente. Vale para prescriçao, prontuário, pulseira (...)." [E5]

A importância de adotar protocolos de segurança foi apontada, quando se associa o seu seguimento à segurança e reduçao de riscos:

"Os protocolos vieram para ajudar tanto a gente quanto o próprio paciente, independentemente de quais os protocolos. Nos auxiliam na assistência, para minimizar os riscos a que os pacientes queimados estao expostos." [E6]

"(...) as intervençoes sao adotadas de acordo com os riscos que os pacientes apresentam durante a internaçao. Se conseguíssemos programar todas as açoes que estao descritas nos protocolos de segurança, a chance que teríamos para o desenvolvimento de determinados problemas seria reduzida, minimizada. Sendo assim, o indivíduo estaria em uma condiçao mais segura e diante de uma assistência mais qualificada. Os mais utilizados aqui sao o de lesao por pressao e o de prevençao de quedas. Quando tem protocolo, as açoes que deveriam ser realizadas para aquelas finalidades, geralmente, sao açoes que já foram testadas, com bom nível de evidência e que dao resultados." [E9]

"Tudo é ligado ao paciente, os protocolos e a nossa assistência se relacionam, quando vai administrar um medicamento ou realizar procedimentos, sendo importante saber quem é o paciente e se a prescriçao está correta (...), sempre será em prol da segurança dele." [E3]

"O que está proposto nos protocolos relaciona-se à segurança do paciente e, consequentemente, nos respalda em relaçao a problemas futuros." [E20]

A ligaçao direta entre protocolos de segurança e cuidado de qualidade ao indivíduo queimado foi destacada:

"Os protocolos e a assistência de enfermagem estao ligados do início ao fim. É todo cuidado que devemos ter com o paciente." [E13]

"Os protocolos e os cuidados indicam a assistência adequada. A unidade é específica para grandes queimados e tem uma equipe treinada." [E18]

Um deles, entretanto, sobre-excede a questao do cuidado, ao citar a proteçao do profissional na assistência, mediante protocolos estabelecidos:

"Os protocolos auxiliam no cuidado e na melhora dos problemas atuais e futuros, para nós também (...), sendo de extrema importância." [E19]

Conhecer ou desconhecer nao impediu discorrer sobre a importância dos protocolos de segurança, tanto para a organizaçao do processo de trabalho quanto para minimizar riscos e proporcionar cuidado mais seguro. No entanto, os participantes assinalam dificuldades cotidianas, como pode ser visto em seguida.

Vivenciando dificuldades em relaçao aos protocolos

Uma das dificuldades relaciona-se ao momento em que os protocolos sao consultados:

"Trabalhamos aqui com dificuldades e o protocolo é consultado apenas quando discutimos ou discordamos (referindo-se à equipe) sobre alguma questao na assistência, se precisar conferir alguma coisa (...).'' [E11]

Parte da rotina é relembrada pelos profissionais e que inclui questoes relacionadas à sobrecarga natural de trabalho no cuidado ao indivíduo queimado:

"A sobrecarga se dá pelo fato do cuidado ser bem específico, é difícil, é um setor que sobrecarrega. Nao é fácil trabalhar com queimados, sao queimaduras grandes. Tem protocolo que nao dá para fugir, é adaptado ao queimado. Sao banhos de leito ou na balneoterapia, curativos com duas pessoas juntas... nao é nada inacessível, mas também nao é fácil." [E1]

"A dificuldades aqui serao sempre a reduçao do quadro de funcionários e a demanda de serviço da instituiçao." [E15]

O dimensionamento inadequado de recursos humanos na unidade de queimados é narrado como dificultador no acesso aos protocolos:

"Outro problema muito sério aqui dentro é a parte administrativa, o quantitativo do pessoal é sempre insuficiente e isso sobrecarrega demais." [E10]

Agir mecanicamente é uma das consequências da sobrecarga de trabalho e do quantitativo inadequado de pessoal, na visao de um dos participantes:

"O paciente queimado é muito específico. É totalmente diferente (...) mas, com o plantao tumultuado, acabo nao prestando atençao à prescriçao. As coisas sao feitas no piloto automático, isso acontece com as medicaçoes." [E13]

No entanto, ser apoiado no trabalho em equipe é percebido por um deles como essencial e isso o faz pensar em retornar rapidamente para as tarefas, durante o seu depoimento:

"O paciente agitado atrapalha a assistência porque tem que ficar atento para nada acontecer. Sempre tem um médico no setor e a equipe é boa. Eles têm todo um cuidado, observam a evoluçao de cada paciente, das lesoes, dao atençao e carinho. Isso é uma segurança para a equipe e para trabalharmos (...). Estou preocupada por ter deixado a enfermaria, posso voltar? " [E17]

O treinamento e educaçao permanente foram questoes apontadas pelos depoentes como ponto de extrema relevância:

"A capacitaçao da equipe, acredito que é o mais importante, pois quem trabalha aqui tem que ter conhecimento para realizar as atividades. Falta educaçao continuada, isso é interessante, pois observo que a falta nao é só para a Enfermagem, mas para todos (referindo-se à equipe multiprofissional). Na Saúde novas informaçoes sao frequentes, entao a capacitaçao amadurece certos conceitos/ideias e acrescenta novos conhecimentos para todos." [E20]

O desejo de mais treinamentos é ressaltado por dois dos participantes que, inclusive, sugerem melhor distribuiçao entre os diversos horários de trabalho:

"Sei os cuidados que precisamos ter aqui, mas seria o ideal que tivéssemos um treinamento sobre os protocolos e, principalmente, sobre as queimaduras. Os colegas me ajudaram muito (...).'' [E14]

"A quantidade de treinamentos dificulta um pouco em relaçao à assistência, se tivesse mais treinamentos e em horários para o plantao da noite (...). O plantao do dia participa mais porque há um número maior de funcionários e mais colaboradores podem sair para treinamentos. A noite, a quantidade (referindo-se à relaçao profissional/paciente) é menor, fica difícil sair do andar. Se sair, nao tem como prestar uma boa assistência." [E4]

No entanto, um dos profissionais denuncia a ausência completa de educaçao permanente:

"Nunca tivemos treinamento desses protocolos relacionados, diretamente, à segurança do paciente." [E7]

Aspectos estruturais também vieram à tona, enquanto dificultadores, para seguir protocolos de segurança, durante a assistência ao indivíduo queimado:

"(...) e mais computadores, teríamos maior compreensao e também maior facilidade para acessar os protocolos na hora de alguma dúvida da equipe." [E4]

"Nós temos os protocolos no sistema, mas é só um computador na enfermaria. Se fossem impressos ou melhor divulgados, nos auxiliaria. Nao me preocupo com protocolos, me preocupo em estar presente junto ao paciente e atendê-lo da melhor forma." [E8]

Ao avaliar a integridade da pele dos indivíduos queimados assistidos, alguns citam problemas na estrutura física da unidade que impedem a garantia da segurança quanto às infecçoes relacionadas à assistência à saúde:

"Sao muitas coisas que dificultam, (...) separar os doentes que estao com bactérias multirresistentes, pois com a reforma e sem a divisao em boxes eles ficam próximos, e o que nos protege é a pele (...) eles nao têm (...)." [E18]

"Os pacientes queimados possuem perda da integridade cutânea e sao muito invadidos, isso acaba favorecendo a ocorrência de infecçoes, os profissionais manipulam sem os EPIs devidos, nem a higienizaçao das maos é correta e o próprio protocolo de lesao e de quedas nao é aplicado (...).'' [E9]

As dificuldades que emergiram nos depoimentos vao desde aquelas relacionadas à sobrecarga de trabalho, pelo dimensionamento inadequado de pessoal, até questoes da estrutura física. Diversas sugestoes, assim como a capacitaçao periódica, emergiram como necessárias e importantes para o cuidado de qualidade baseado em protocolos de segurança.


DISCUSSAO

Como resultante, apesar dos protocolos de segurança do paciente existirem na instituiçao, nao se evidencia a sua plena utilizaçao no cotidiano dos profissionais. Eventualmente, sao citados procedimentos de segurança, todavia, de maneira desordenada, com dúvidas ou, ainda, em tentativas de substituir o que nao se sabe a fundo, por outras atividades diárias. Os profissionais de saúde se revestem de competências técnicas, habilidades e saberes científicos para reconhecer erros e determinar as medidas pontuais pertinentes. E ao enfermeiro compete a gestao estratégica do cuidado seguro, por desempenhar papel crucial na promoçao e manutençao da segurança11,12.

Percebe-se existir a noçao geral sobre protocolos de segurança e, ao mesmo tempo, superficial, quando afirmam seguir algumas poucas recomendaçoes citadas, por exemplo sobre erros de medicaçoes e identificaçao correta dos indivíduos. Emergiu a ausência de fundamentaçao teórica ou protocolar, ao considerá-las cuidado seguro e com menos riscos.

Corroboram tais resultados os estudos que evidenciaram certa limitaçao dos conhecimentos da equipe de enfermagem sobre segurança do paciente ou eventos adversos, bem como sua aplicabilidade na prática profissional. Entretanto, algumas características da estrutura do serviço e a atuaçao de profissionais competentes sao reconhecidas como oportunidades para se promover um cuidado seguro no local de trabalho, além de promover a cultura de segurança4,11,12.

De fato, almejar o cuidado seguro demanda investimentos em estratégias que padronizem os processos de trabalho. Do ponto de vista global, defende-se difundir e aplicar as seis metas definidas, em 2005, pela Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization como a identificaçao correta do paciente, comunicaçao efetiva, segurança das medicaçoes de alta vigilância, cirurgia segura, reduçao das infecçoes relacionadas à assistência à saúde e de lesoes causadas por quedas13. No Brasil, o Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNPS), apoiado pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente14.

Os resultados aclararam que compreender a importância do uso de protocolos de segurança do paciente, na unidade em questao, é uma construçao nao linear no pensamento dos profissionais. Percebe-se a sua importância e aplicabilidade na assistência, entretanto, por outro lado, os participantes nao os associam aos procedimentos e poucos refletiram sobre o cuidado seguro nos processos de trabalho. Tal sinalizaçao aponta que os protocolos de segurança e o plano de cuidados nao sao suficientes, diante da complexidade da unidade de queimados.

A organizaçao do trabalho é importante, mas nao basta apenas enfatizar os documentos, regras e protocolos, por si só. Isso pode ser comprovado por estudo que buscou compreender os fatores preditivos para a qualidade do cuidado e concluiu que a reduçao de restriçoes organizacionais pode ser um caminho para otimizar a segurança na assistência3.

Meritoriamente, alguns participantes ressalvaram a relaçao entre protocolos, aumento da segurança no cuidado e reduçao de riscos, mesmo sem um fio condutor de ideias. Apontar caminhos já poderia ser considerado positivo, como a abertura para a participaçao integrada dos membros das equipes. No entanto, a associaçao entre protocolos e cuidado prestado é tênue e incapaz de construir pensamento único nos processos de trabalho. E, tanto o cuidado como os processos de trabalho coordenados e executados de forma ineficaz podem se transformar em problema de saúde pública15. Por outro lado, processos de gestao claros quanto às expectativas, com feedback permanente e estratégias de mensuraçao de desempenho, além do incentivo ao trabalho conjunto, constituem-se pilares para a cultura de segurança12,15.

A análise permitiu evidenciar as dificuldades elencadas pelos profissionais para o seguimento daqueles protocolos reconhecidamente importantes no ato de cuidar: utilizaçao de pulseiras de identificaçao, cuidados na administraçao de medicamentos, atençao quanto à prevençao de infecçoes, dentre outros. Esperava-se, e de fato aconteceu, o surgimento de questoes relacionadas à sobrecarga de atividades no cuidado específico e ao dimensionamento de pessoal, comuns a diversas instituiçoes de saúde.

Pesquisadores confirmam as demandas que geram práticas inseguras: sobrecarga de trabalho, interrupçoes frequentes durante os afazeres, tarefas diferentes simultâneas, trabalho noturno e tempo insuficiente para o apoio emocional ao assistido16. Outra publicaçao associa a satisfaçao no trabalho, que envolve relaçao trabalhador, ambiente e organizaçao, a resultados que envolvem maior qualidade e segurança na prestaçao de cuidados3.

De fato, dimensionar adequadamente recursos humanos é fator fundamental para o trabalho seguro, sistemático e organizado15. Considerando-se que os resultados fizeram emergir a relaçao profissional/paciente associada à qualidade do cuidado, a preocupaçao com cálculo de pessoal passa a ser emergente na gestao da assistência à saúde. Nao se pode deixar de discutir a influência da relaçao profissional/paciente nos processos de comunicaçao com o assistido e sua família. Trata-se de uma habilidade, denominada "nao técnica", a ser aprendida e aplicada, em conjunto, com trabalho em equipe e liderança9. E, em conjunto com a liderança, aprendizado organizacional contínuo e trabalho em equipe, a comunicaçao compoe, também, a cultura de segurança institucional12.

Nesse ínterim e aliado à relaçao numérica ideal entre indivíduos assistidos e trabalhadores os depoimentos ressaltaram que o trabalho em equipe seria a tônica para otimizar o cuidado seguro em saúde. Quando enfermeiros percebem mais trabalho em equipe, a identificaçao e notificaçao de erros é maior12, o que leva à inferência de que o contexto bem analisado e refletido poderia desenvolver o fazer crítico no cotidiano com vistas às melhorias15.

A qualidade de vida no trabalho deveria ser ótima para a gestao clínica do cuidado em todas as áreas que envolvem o ser humano. No entanto, está longe de ser uma realidade, já que as evidências sao consistentes de que existem muitos problemas entre os profissionais da equipe de saúde16,17.

Ponto nao menos importante e, igualmente, considerado dificultador, no cenário estudado, envolveu a educaçao permanente efetiva que viabilizasse a disponibilidade de informaçoes relativas aos protocolos de segurança. A colaboraçao interprofissional, aprendizado e melhorias contínuas constituem qualificador da assistência5,12 e a PNSP preconiza açoes gerenciais fortes e conhecimento amplo das equipes sobre os protocolos de segurança do paciente, domínios que necessitam de investimento4,14. De fato, educaçao permanente contribui para qualificar o serviço prestado12. Em relaçao à educaçao continuada, nos EUA, por exemplo, pesquisa revelou que 88% dos enfermeiros de centros de queimados desejariam possuir especializaçao para tal exercício para o aumento da credibilidade e padronizaçao das práticas18.

Paralelamente, a estrutura física e organizacional bem dimensionada facilita o desempenho profissional com vistas à qualidade e segurança do cuidado. Os resultados apontaram que estrutura, processos e gestao adequados poderiam otimizar e qualificar a assistência de enfermagem. Torna-se necessário idealizar um modelo de cuidados caracterizado por ser um sistema que abarque tais questoes e que instrumentalize o profissional no cotidiano como, também, o apoie na gestao ambiental em que o cuidado é prestado19.

Nao menos importante, controle e prevençao de infecçoes no cuidado às vítimas de queimaduras surgiram na perspectiva de que a estrutura física e os processos de trabalho, embasados em evidências científicas, sempre estiveram aliados ao desempenho das tarefas diárias. No cenário da pesquisa, alguns profissionais associam o maior agrupamento de indivíduos, num mesmo espaço, à elevaçao das taxas de infecçao. O que demonstra, até porque nao foi citado, o desconhecimento das precauçoes padrao como fundamento do cuidado em saúde. De fato, espera-se a adesao às precauçoes padrao por todos os profissionais em quaisquer circunstâncias procedimentais. Como exemplo de melhorias percebidas, ao longo do tempo, pesquisa para avaliar a adesao às precauçoes padrao de enfermeiros brasileiros, em comparaçao aos de Hong-Kong, encontrou percentual próximo a 70% para a amostra brasileira20.

Isso posto, os resultados permitem inferir que a introduçao dos protocolos de segurança, como forma de monitoramento da qualidade assistencial, representa caminho ou direçao para o cuidado seguro. Estratégias motivacionais e de conhecimento dos profissionais sobre os protocolos se constituem oportunidades para a estruturaçao de medidas que qualifiquem o atendimento na dimensao da segurança, com benefícios para os indivíduos e para os gestores.

Ressalta-se que a necessidade de averiguar o conhecimento dos profissionais se justifica pela escassez de material científico sobre a aplicaçao de protocolos de segurança no cuidado aos indivíduos queimados hospitalizados, além do questionamento sobre sua relevância, na perspectiva dos trabalhadores.

A pesquisa apresenta o viés de ter sido realizada em apenas uma unidade que assiste a indivíduos queimados, apesar de se constituir a instituiçao referência no estado de Minas Gerais, quiçá no Brasil. Os resultados encontrados nao têm a pretensao de generalizaçao. Pelo contrário, a realidade é local, mas poderia embasar novos estudos em cenários semelhantes e que pudessem fazer emergir outras dimensoes como, por exemplo, das próprias vítimas, de outras categorias profissionais e, até mesmo, dos familiares.


CONCLUSOES

Os resultados apontaram o desconhecimento dos profissionais em relaçao aos protocolos no atendimento às vítimas de queimaduras graves. Partindo-se do princípio de que a segurança do paciente deve ser uma meta de todos os profissionais da equipe de saúde, o conhecimento parcial ou escasso que ora emergiu, de certa forma desordenado, nao deixa de ser essencial. Mas, diversas foram as dificuldades apresentadas em relaçao aos referidos protocolos.

Cientes da necessidade do trabalho em equipe, organizado, sistematizado e amplamente divulgado, urge que as instituiçoes e seus profissionais possibilitem especial atençao aos indivíduos queimados, na complexidade e especificidade características. A segurança presume evitar erros ao tomar decisoes assertivas, além de assumir papéis de liderança baseados em evidências que promovam segurança e qualidade assistencial. O caminho seria tornar cultural o cuidado a partir dos protocolos e do reconhecimento do papel dos profissionais da saúde.

As instituiçoes formadoras também deveriam levar em consideraçao os desfechos do presente estudo para a compreensao das percepçoes da equipe de enfermagem sobre a efetividade dos protocolos de segurança na assistência às vítimas de queimaduras para que os futuros profissionais vislumbrem sua responsabilidade na promoçao do cuidado seguro.

Os serviços de saúde e os próprios profissionais devem partir da premissa que a Enfermagem está diretamente inserida no contexto de segurança do paciente. O que inclui o cuidado necessário e pontual a todos os que necessitam e, em especial, às vítimas de queimaduras. Dessa forma, a tomada de decisao pontual e segura é capaz de melhorar e evitar danos considerados evitáveis.


AGRADECIMENTOS

Carinho especial dos pesquisadores à instituiçao, ao cenário do estudo e aos profissionais que contribuíram com a profundidade de seus depoimentos.


PRINCIPAIS CONTRIBUIÇOES

A segurança do paciente deve ser a base e o arcabouço do cuidado dispensado a qualquer indivíduo.

Cabe aos gestores avaliar periodicamente as condiçoes de trabalho e o conhecimento das equipes sobre protocolos de segurança, além de sua aplicaçao, a partir da educaçao permanente.

A formaçao de profissionais deve estar pautada no desenvolvimento de competências que considerem o cuidado seguro.


REFERENCIAS

1. World Health Organization (WHO). World Alliance for Patient Safety: Forward Programme 2008-2009. 1st ed. Geneva: World Health Organization; 2008.

2 van Melle MA, van Stel HF, Poldervaart JM, de Wit NJ, Zwart DLM. The transitional risk and incident questionnaire was valid and reliable for measuring transitional patient safety from the patients' perspective. J Clin Epidemiol. 2019;105:40-9. DOI: 10.1016/j. jclinepi.2018.08.002

3. Stimpfel AW, Djukic M, Brewer CS, Kovner CT. Common predictors of nurse-reported quality of care and patient safety. Health Care Manage Rev. 2019;44(1):57-66. DOI: 10.1097/HMR.0000000000000155

4. Pelzang R, Hutchinson A. How Is Patient Safety Understood by Healthcare Professionals? The Case of Bhutan. J Patient Saf. 2017. Epub ahead of print. DOI: 10.1097/PTS.0000000000000450

5. Kornhaber R, Rickard G, McLean L, Wiechula R, Lopez V, Cleary M. Burn care and rehabilitation in Australia: health professionals' perspectives. Disabil Rehabil. 2019;41(6):714-9. DOI: 10.1080/09638288.2017.1406009

6. Andrade SD, Takeshita IM, Torres LM. Assistência de enfermagem a pessoas com queimaduras por fogo em decorrência de suicídio: revisao integrativa da literatura. Rev Bras Queimaduras. 2016;15(3):169-74.

7. Arifi H, Ahmeti H, Zatriqi V, Buja Sh, Rexhaj Z, Arifi N. Epidemiology of burn injuries in Kosovo: a 10-year review. Ann Burns Fire Disasters. 2017;30(3):163-6.

8. Ajoudani F, Jasemi M, Lotfi M. Social participation, social support, and body image in the first year of rehabilitation in burn survivors: A longitudinal, three-wave cross-lagged panel analysis using structural equation modeling. Burns. 2018;44(5):1141-50. DOI: 10.1016/j.burns.2018.03.018

9. D'Asta F, Homsi J, Sforzi I, Wilson D, de Luca M. "SIMBurns": A high-fidelity simulation program in emergency burn management developed through international collaboration. Burns. 2019;45(1):120-7. DOI: 10.1016/j.burns.2018.08.030

10. Bardin L. Análise de conteúdo. Sao Paulo: Ediçoes 70; 2016.

11. Souza LO, Pinho MC, Machado LR, Jacques A. O uso de protocolos de segurança do paciente nas instituiçoes hospitalares. Rev Bras Pesq Saúde. 2017;19(1):70-7. DOI: 10.21722/rbps.v19i1.17720

12. Ammouri AA, Tailakh AK, Muliira JK, Geethakrishnan R, Al Kindi SN. Patient safety culture among nurses. Int Nurs Rev. 2015;62(1):102-10. DOI: 10.1111/inr.12159

13. Joint Commission International (JCI). Accreditation Standards of the International Joint Commission for Hospital including Standards for Identification of Academic Medical Center Hospitals. 6th ed. Oak Brook: Joint Commission International; 2017.

14. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria No 529, de 1 de abril de 2013: Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

15. Rosen MA, DiazGranados D, Dietz AS, Benishek LE, Thompson D, Pronovost PJ, et al. Teamwork in healthcare: Key discoveries enabling safer, high-quality care. Am Psychol. 2018;73(4):433-50. DOI: 10.1037/amp0000298

16. Puerto JC, Soler LM, Montesinos MJL, Marcos AP, Chorda VMG. A new contribution to the classification of stressors affecting nursing professionals. Rev Lat Am Enferm. 2017;25:e2895. DOI: 10.1590/1518-8345.1240.2895

17. Zavala MOQ, Klinj TP, Carrillo KLS. Qualidade de vida no trabalho do pessoal de enfermagem de instituiçoes públicas de saúde. Rev Lat Am Enferm. 2016;24:e2713. DOI: 10.1590/1518-8345.1149.2713

18. Carrougher GJ, Hollowed KA, Giles S, Wiggins JB, Bernardy S, Leonard L, et al. The Path to Burn Nurse Specialty Certification: An Update. J Burn Care Res. 2019;40(Suppl 1):S12-3. DOI: 10.1093/jbcr/irz013.018

19. Maurício LFS, Okuno MFP, Campanharo CRV, Lopes MCB, Belasco AGS, Batista REA. Professional nursing practice in critical units: assessment of work environment characteristics. Rev Lat Am Enferm. 2017;25:2854-61. DOI: 10.1590/1518-8345.1424.2854

20. Pereira FM, Lam SC, Chan JH, Malaguti-Toffano SE, Gir E. Difference in compliance with standard precautions by nursing staff in Brazil versus Hong Kong. Am J Infect Control. 2015;43(7):769-72. DOI: 10.1016/j.ajic.2015.03.021









Recebido em 2 de Maio de 2019.
Aceito em 20 de Junho de 2019.

Local de realização do trabalho: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.


© 2024 Todos os Direitos Reservados