Resumo
OBJETIVO: Analisar as percepções de enfermeiras assistenciais acerca da dor associada à queimadura.
MÉTODO: Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito enfermeiras assistenciais de um centro de tratamento de queimados.
RESULTADOS: A experiência álgica na queimadura é permeada por repercussões para além da dor física, sendo a isso acrescido o sofrimento desinente da transfiguração corporal, rejeição e interrupção das atividades laborais. A dor persiste durante a terapêutica da queimadura que é, por vezes, desencadeante de um quadro doloroso maior que o do momento do trauma, tornando a experiência da internação ainda mais traumática. Os discursos referentes ao alívio da dor indicam que esta é uma queixa difícil de tratar, por sua persistência desde o momento do trauma, durante o tratamento e no processo de cicatrização da pele. Dentre as alternativas para o seu controle, foi dada ênfase ao tratamento farmacológico e, de modo complementar, a intervenções como: conversa terapêutica, estabelecer relação de confiança, integração com equipe multidisciplinar e utilização de placebos.
CONCLUSÃO: O estudo proporcionou a reflexão quanto ao tipo de cuidado que queremos promover e como esse cuidado reflete o enfermeiro que somos. Portanto, torna-se necessário o investimento na formação e sensibilização da equipe de enfermagem, visando à promoção de uma assistência qualificada e humanizada, que trate ou minimize a dor considerando suas múltiplas dimensões.
Palavras-chave: Dor. Queimaduras. Unidades de Queimados. Cuidados de Enfermagem.