Resumo
Introduçao: Historicamente, a face é considerada de difícil tratamento no pós-queimadura imediata, pela dificuldade na avaliaçao da profundidade, pelo valor de cada milímetro preservado e por alguns resultados iniciais decepcionantes com a excisao precoce e enxertia uniforme. Porém, com o sucesso dessa conduta em tronco e extremidades, surgiu a questao se essa abordagem deve ser aplicada à face. Embora diversos autores tenham demonstrado que, com técnica meticulosa, esse método produz resultados gratificantes, a pergunta que resta nao é se isso funciona, mas em outras palavras, será possível um resultado a longo prazo? Relato do Caso: Mulher, 30 anos, queimadura por fogo, 24% da superfície, incluindo a face (3º grau). No 8º dia de pós-queimadura (DPQ), realizado debridamento da face e, no 10º DPQ, enxerto de pele parcial em subunidades estéticas. Após dois anos, iniciado tratamento cosmiátrico com ácido retinóico (0,05%), hidroquinona (4%) diariamente e peelings periódicos de ácido retinóico (5%). Após 6 anos, verifica-se assimetria nasal sem outras distorçoes e elevaçao das bordas dos enxertos. O tratamento cosmiátrico, subjetivamente avaliado, apresentou melhora na textura e na coloraçao da pele. Comentários: O planejamento cirúrgico nas queimaduras faciais é fundamental. Os enxertos podem achatar o contorno facial, sendo importante considerar as subunidades estéticas: cada área deve ser reconstruída única e separadamente. O leito receptor deve ser bem preparado, com resultado uniforme e menor irregularidade alcançados com o dermoabrasao. O acompanhamento cosmiátrico desses pacientes é uma oportunidade para melhorar a textura e coloraçao do enxerto.
Palavras-chave: Traumatismos Faciais/cirurgia. Queimaduras/cirurgia. Desbridamento. Transplante de Pele.