Resumo
INTRODUÇÃO: Queimaduras são lesões determinadas pela energia térmica da transferência de calor. Queimaduras graves persistem com elevada taxa de mortalidade e incidência, principalmente em países em desenvolvimento. Necessita-se reconhecer os fatores que influenciam o desfecho para o óbito ou a sobrevivência.
OBJETIVO: Evidenciar fatores que podem influenciar na mortalidade ou na chance de sobreviver às queimaduras graves. Analisar dados epidemiológicos, como idade, sexo e agente causal, características das queimaduras como agente, regiões, profundidade e extensão da superfície corporal queimada (SCQ), comorbidades e hábitos de vida, assim como a presença de disfunções orgânicas e sepse.
MÉTODO: Realizou-se um estudo retrospectivo quantitativo, analítico e observacional em dados de prontuários eletrônicos de queimados graves sob cuidados intensivos entre junho de 2013 e junho de 2018. Para a relação entre o óbito e variáveis categóricas, utilizou-se o teste Qui-quadrado e o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney para variáveis numéricas.
RESULTADOS: Encontrou-se diferença estatisticamente relevante na idade (p=0,008) e na extensão de superfície corporal queimada (p=0,005) entre os pacientes que vieram ou não a óbito. Observou-se que a presença de comorbidades (p=0,02) e sepse (p=0,01), assim como de disfunções orgânicas isoladas, indicaram diferença na proporção de pacientes que faleceram e os que sobreviveram.
CONCLUSÃO: A presença de duas ou mais comorbidades, o diagnóstico de sepse e de disfunções orgânicas isoladas, como cardiovascular, respiratória, neurológica, hematológica e renal, são fatores que influenciam na mortalidade com relevância estatística e apresentam uma mediana de idade de 46 anos e 50% de SCQ.
Palavras-chave: Queimaduras. Mortalidade. Causas de Morte. Prognóstico.