Resumo
OBJETIVO: Analisar o impacto da quarentena pela COVID-19 no número e no perfil epidemiológico de queimados no estado de Minas Gerais, Brasil.
MÉTODO: Estudo retrospectivo por meio da análise de dados quantitativos e qualitativos de acidentes por queimaduras registrados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais entre janeiro de 2019 e abril de 2020.
RESULTADOS: Foram analisados 285 registros de queimaduras entre janeiro de 2019 e abril de 2020, com redução de 22,25% nos atendimentos, quando comparados os primeiros quatro meses dos dois anos. O tipo de queimadura mais frequente foi a térmica (86,67%) e a água quente representou o agente etiológico mais comum (19,57%), seguido do álcool (18,84%). Pacientes do gênero masculino foram mais acometidos, 60% de janeiro a abril de 2019 e 53% em 2020, e a maioria classificados como pardos (31,93%). A faixa etária com maior incidência foi entre 18 e 64 anos (77,19%) e 61,40% das lesões foram classificadas como leves. O grau de queimadura mais prevalente foi de segundo grau (17,19%) e em 32,28% dos pacientes a superfície corporal total queimada foi menor que 10%. O número de queimaduras provindas de acidente de trabalho reduziu 25% se comparados os primeiros quadrimestres de 2019 e 2020.
CONCLUSÕES: Pode-se sugerir que a quarentena pela COVID-19 levou à diminuição do número de pacientes atendidos por queimaduras em Minas Gerais e teve impacto no perfil epidemiológico desses pacientes, como a queda no número de ocorrências no local de trabalho e na faixa etária economicamente ativa.
Palavras-chave: Isolamento Social. Queimaduras. Coronavirus. Perfil de Saúde.