Resumo
OBJETIVOS: Determinar os fatores associados ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e verificar a correlação com a qualidade de vida (QV) em mulheres com queimaduras profundas.
MÉTODO: Estudo de corte transversal, realizado em um hospital de referência para queimados na Região Nordeste do Brasil. Foram incluídas 50 mulheres adultas com mais de 20 anos, que sofreram queimaduras profundas e estavam em tratamento ambulatorial de reabilitação. Foram aplicados os questionários das variáveis sociodemográficas e clínicas e instrumentos para verificar a QV, Burn Specific Health Scale-Revised-BSHS-R, e o TEPT, o Impact of Event Scale-IES. Para análise estatística, foi usado o teste t de Student e também os modelos de regressão linear simples e múltipla.
RESULTADOS: Observou-se uma média do escore IES menor estatisticamente quando o índice de massa corporal < 30kg/m2 e maior quando a renda familiar mensal <1 salário-mínimo, o tempo de fisioterapia < 6 meses e diante da necessidade de utilização de órtese. Exceto o domínio de habilidades funcionais simples do questionário BSHS-R, para os demais domínios, incluindo o somatório total, encontrou-se uma correlação positiva entre os escore do IES e do BSHS-R.
CONCLUSÕES: Obesidade, baixa renda familiar, menor tempo de fisioterapia e necessidade de uso de órtese, além da pior qualidade de vida, foram os fatores associados ao TEPT em mulheres com queimaduras profundas, sugerindo necessidade de políticas públicas específicas para essa população.
Palavras-chave: Queimaduras. Mulheres. Qualidade de Vida. Reabilitação. Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos.